tag:blogger.com,1999:blog-59430849508594780302024-02-19T13:38:32.182-03:00Maico sem EneMaico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.comBlogger121125tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-91795425857953874152023-02-27T10:34:00.002-03:002023-02-27T10:35:54.023-03:00Djavanear o que há de bom<blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: left;"><i>"Pode ser uma coisa piegas, mas isso é essencial: você já
imaginou se todo mundo tivesse amor no coração, como o mundo seria? Sei que é
um papo meio idiota, não dá pra falar com qualquer um, sempre tem aquele que vai
levar para o lado de chacota. Mas o amor é fundamental porque o amor traz
consciência, o amor traz piedade, traz perdão: o amor traz o construir. O amor
faz a pessoa se interessar pelo outro. Não há coisa mais importante na vida.”</i></p></blockquote><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><o:p style="font-size: small;"> </o:p><span style="text-align: right;">Djavan, em <a href="https://open.spotify.com/episode/1flcMumYi4odVFBKIBgX5K?si=BWAploMVTz2fB0Y_kWvDNw" target="_blank">entrevista ao Mano Brown.</a></span></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Eu fui uma vez só ao show do Djavan. Eu tinha 16 anos e
estava completamente fascinado que ia vê-lo ao vivo no Planeta Atlântida de
2000. Ao longo dos outros shows da noite eu fiz de tudo pra ir avançando na multidão e ficar o mais perto possível
do palco para poder vê-lo de perto. O maior problema é que depois dele entrariam os Raimundos, e todos os fãs de Raimundos estavam fazendo o mesmo -
avançando para ficar mais perto do palco. Eu, que não entendia nada de
Raimundos, mas adorava o álbum Ao Vivo do Djavan, cantava a plenos pulmões,
emocionadíssimo, sozinho no meio dos homens grandões e tatuados, enquanto eles
me olhavam muito - muito - torto. Quando começou o show dos Raimundos foi a vingança:
abriram uma roda punk gigantesca. Mas eu só me dei conta de que eu era o centro
da roda punk quando um jato de água podre das poças acumuladas durante 7 horas
de festival voou pela minha cara e roupas. Das nuvens à concretude do chão e da
poça d'água voando em todas as partes do meu corpo, essa foi minha primeira
experiência tentando apenas sentir a música tentando fazer com que a vergonha
pelo julgamento dos outros não me privassem de sentir o valor daquele momento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmtIlAyFIgGBCuJJnQ_TT_VEvY82Rbn_6AIUSVwLmEkeTaUKLH5BWZc4fb9W6CBF-tNCBHgGonVz_iMkqXXnw0WG_X5IK5VCp-P7dEqKiU1TJUmHFNBpcaoOKL7vj4Obt5dzcQJB3XstdjZgnyG27FRBZBAyRSwIBnNto8sIfHEKHx4Qs02_M94g/s319/Djavan%20no%20Planeta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="242" data-original-width="319" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmtIlAyFIgGBCuJJnQ_TT_VEvY82Rbn_6AIUSVwLmEkeTaUKLH5BWZc4fb9W6CBF-tNCBHgGonVz_iMkqXXnw0WG_X5IK5VCp-P7dEqKiU1TJUmHFNBpcaoOKL7vj4Obt5dzcQJB3XstdjZgnyG27FRBZBAyRSwIBnNto8sIfHEKHx4Qs02_M94g/w361-h274/Djavan%20no%20Planeta.jpg" width="361" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Djavan no show do Planeta Atlântida do ano 2000. <br />Uma das programações mais aleatórias da história do festival, mas que me permitiu vê-lo ao vivo.</span></td></tr></tbody></table><br /></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Hoje eu conto essa história de vez em quando, como aquelas
anedotas que a gente conta quando alguém relembra fatos engraçados que viveu.
Mas muito além da anedota em si, são muitas coisas que vêm à minha cabeça
quando penso nisso. Por exemplo: quem foi que teve a maravilhosa ideia de programar
o show do Djavan logo antes do show dos Raimundos? Critério zero. Depois eu
costumo lembrar que o Djavan não parecia estar muito feliz em cena – talvez porque
a galera do público raimundense estivesse vaiando o tempo todo (sim, não foi
apenas para mim que a galera torcia o nariz: eu dividi a honra de ser vaiado junto
com Djavan. Ele no palco, eu na plateia) ou talvez porque ele soubesse que tocar
nesse festival feito por uma rádio de pop rock gaúcho que misturava na
programação Ivete Sangalo com Men At Work, passando por Pato Fu, Wilson Sideral
(o irmão do Rogério do Jota Quest) e Comunidade Nin Jitsu não daria certo. E
realmente não deu. Mas o que é “dar certo”, afinal de contas? Hoje, 23 anos
depois, eu lembro daquela noite como o momento em que eu vi de perto um ídolo,
um artista no melhor sentido da palavra, um músico brasileiro que tem uma das mais
belas vozes que pudemos ouvir ao vivo. Mais do que isso: hoje eu escuto um
podcast onde o próprio artista reflete sobre sua música, clama por edificar o
conhecimento do público e formar novos músicos que possam trabalhar com
profundidade artística. Hoje eu escuto uma entrevista onde ele – vítima de
boatos de internet sobre ser bolsonarista, coisa que nunca foi – chama atenção
para a violência que existe na rede, onde o uso desproporcional da força das
palavras soterra qualquer capacidade de entendimento e interpretação de
entrelinhas, de poesia, e até mesmo de um discurso direto. Um lugar onde as pessoas
só ouvem o que querem ouvir, só entendem o que querem entender e usam do poder
das palavras para atacar e gerar ódio. Um lugar onde aquelas pessoas que me
vaiaram, que o vaiaram, que nos olharam torto e que depois nos chutaram estão
com o microfone na mão, tendo espaço para dizer o que bem quiserem.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Eu tinha 16 anos. Naquele 2000 estava no meio do ensino
médio, ainda ia começar a estudar espanhol, começaria meu primeiro namoro um
ano depois, tinha acabado de começar a fazer teatro e também estava aprendendo
que deixar aflorar emoções em público era um risco. Gostar de Djavan poderia
ser um risco num mundo masculino despotencializado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Hoje tenho 39. Estou sempre aprendendo que o amor tem várias
faces: é lindo e tenso, é forte e leve, tem um lugar de luz gigante, mas também
de escuridão profunda. Estou aprendendo a chorar. Estou aprendendo a deixar a
lágrima cair quando enxergo beleza nas coisas, nas pessoas, na arte, na música.
Estou aprendendo a deixar aflorar os sentimentos que tantas vezes soterrei por
estar cercado de marmanjos que ainda não descobriram a importância disso, e que
ainda insistem em olhar feio aquele que tenta. Estou aprendendo que o amor, por
ser amor, invade. E fim.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><br /></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-24051742390717327882016-02-16T10:36:00.000-02:002016-02-16T10:37:21.002-02:00O Espaço Vazio<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="false"
DefSemiHidden="false" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="371">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="header"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footer"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of figures"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope return"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="line number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="page number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of authorities"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="macro"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="toa heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Closing"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Message Header"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Salutation"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Date"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Note Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Block Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Hyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="FollowedHyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Document Map"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Plain Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="E-mail Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Top of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Bottom of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal (Web)"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Acronym"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Cite"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Code"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Definition"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Keyboard"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Preformatted"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Sample"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Typewriter"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Variable"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Table"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation subject"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="No List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Contemporary"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Elegant"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Professional"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Balloon Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Theme"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" QFormat="true"
Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" QFormat="true"
Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" QFormat="true"
Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" QFormat="true"
Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" QFormat="true"
Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" QFormat="true"
Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="41" Name="Plain Table 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="42" Name="Plain Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="43" Name="Plain Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="44" Name="Plain Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="45" Name="Plain Table 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="40" Name="Grid Table Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="Grid Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="Grid Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="Grid Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="List Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="List Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="List Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 6"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-language:EN-US;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A folha em branco, o tema livre,
a agenda em branco, o tudo pela frente. A sala vazia, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tudo é possível</i>. Invejo os decoradores. Invejo aqueles com a
capacidade de olhar para o vazio e visualizar o que ainda não está lá. Invejo o
arquiteto que olha o terreno e tem a noção exata de como quer que fique o
prédio, a casa, a ponte. <i>A página em branco</i>. O poeta que vislumbra o poema, o
desenhista que adapta as proporções do traço ao tamanho da folha, o grafiteiro
que se pendura no prédio disposto a fazer uma árvore nascer da pequena caixa d’água
e se estender por toda a lateral do edifício, com todas as suas nuances de luz
e sombra, de profundidade, tonalidade e formas. Aqueles que criam sobre o
vazio. Aqueles que saem de férias sabendo como vão aproveitar o tempo. Aqueles
que têm um dia livre e não o desperdiçam tentando fazer tudo o que não podem em
um tempo que não têm. A vida é uma página em branco, dizem, difícil é não
enchê-la de rabiscos desconexos e sem sentido. Dar forma ao que ainda não é. Pensar
sobre o invisível, ver algo que ninguém viu ainda. Saber retirar do bloco de mármore
apenas o que não é a estátua, apenas o que está atrapalhando a visão daqueles
que ainda não perceberam que ali existe uma estátua emparedada. Desemparedar a
estátua. Redecorar o ambiente. Distribuir o tempo na agenda, o traço no papel,
os elementos no palco. Criar sobre o vazio. Respeitá-lo, respirá-lo. Entender o
que o vazio pede que se faça com ele. Escutar, assimilar, visualizar, projetar,
criar, assumir as escolhas para se permitir deixar algo aflorar. Câmera na mão,
ideia na cabeça, ação. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se o mundo por vezes é uma página
em branco, eu passarinho. Eu, gota de tinta multicolor, pincel e artista, que
me imprimo constantemente no vazio, tentando ser fiel às minhas proporções,
cores, profundidades e estéticas. Criando sobre o nada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7LLi0_ScC6fxdspqX_Fq63awRJNzay5s3d2y00H8H2ZtgsLUYBTyzrthrRQI4BRymU2r5x17Aof0tR3AkpX6kfM_St6bV0IS53Gtds5h2NrBUY_to6oxOdZliAjBVX3MA6mrNey17zA/s1600/Minhoc%25C3%25A3o+e+o+p%25C3%25A9+de+feij%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7LLi0_ScC6fxdspqX_Fq63awRJNzay5s3d2y00H8H2ZtgsLUYBTyzrthrRQI4BRymU2r5x17Aof0tR3AkpX6kfM_St6bV0IS53Gtds5h2NrBUY_to6oxOdZliAjBVX3MA6mrNey17zA/s400/Minhoc%25C3%25A3o+e+o+p%25C3%25A9+de+feij%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minhocão e o pé de feijão.</td></tr>
</tbody></table>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-66047353377597547572015-01-26T01:14:00.000-02:002015-01-26T01:14:11.091-02:00Ma(g)ico de rua<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Há um ano decidi levar a sério meus estudos e
trabalhos com mágica, coisa que eu já estava há muito mais tempo interessado,
mas que nunca tinha decolado. A brincadeira começou a se mostrar muito mais séria
do que parecia e me levou a descobrir caminhos, pessoas e possibilidades
ímpares!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma das coisas que eu fiz para “perder o medo” do
público foi pegar meus aros e sair pra rua. Fui caminhar em São Paulo para
levantar algumas possibilidades. Não tinha nem um show fechado, nem coragem
para parar alguém na rua e perguntar se queria ver um efeito. Era um mal
começo. Então uma idéia me veio à l’esprit: eu poderia experimentar algumas
apresentações em semáforos, por que não?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nesses devaneios, ao cruzar uma esquina
movimentada, vi um malabarista trabalhando. Decidi descer e conversar com o
cara, uma das melhores decisões que eu já tomei sobre o assunto. Era um
argentino que ficaria um mês por ali e que precisava juntar grana diariamente
para pagar o hostel no qual estava hospedado e fazer um pé de meia antes de voltar
pra casa. Muito simpático, o cara começou a me dar dicas de pontos, maneiras de
apresentação, passagem de chapéu. Mostrei meus aros, o cara surtou. Disse que eu
tinha que aproveitar esse número que era ótimo e que ele nunca tinha visto em
semáforos. Dali em diante, sempre que tinha um tempinho voltava à esquina da
Avenida Brasil com a Nove de Julho, dava um oi pro argentino e ficava no
sentido oposto da avenida durante uma hora, duas horas, meia hora, mostrando um
pouco dessa minha nova descoberta em arte ali, na rua, fazendo uma graninha de
chapéu e estudando a reação das pessoas. Tem desde os que adoram a
apresentação, buzinam e aplaudem, até os que odeiam e te atropelariam se
permitido fosse. Além, é claro, daqueles que fingem que não estão vendo, olham
para outro lado, fixam o olhar no sinal vermelho, etecetera, etecetera...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Sentávamos embaixo de uma marquise, eu e o
argentino, e conversávamos sobre o público, tecíamos teorias sobre como as
pessoas reagiam, sobre o tamanho dos carros do público paulista (são enormes, e
você só começa a se dar conta disso quando transita entre algumas capitais com
o olhar voltado para isso), sobre como as pessoas estão cada vez mais fechadas
no seu próprio mundo, buscando uma individualização exacerbada, com vidros
negros que impedem de ver se existe alguém realmente dirigindo aquele carro. O
cara tinha várias teorias de passagem de chapéu, de quantidade de entrada de
grana. Dizia que na primeira semana do mês é ruim, só melhora a partir do dia
7. Eu dizia que achava que quando os caras não olhavam diretamente para o
número é porque não tinham nenhuma moeda ali dando sopa e não queriam ser
público se não tinham com o que pagar. Enquanto isso, as histórias pipocavam
tanto que eu tive vontade de abrir um blog apenas para refletir sobre o
assunto: sobre a reação das pessoas, sobre os pequenos fatos que aconteciam
conosco ali. Depois levei em consideração o fato de que eu deixo o Maico Sem
Ene tão abandonado durante tantos períodos do ano que eu não teria coragem de
alimentar outro blog que não fosse ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Teve uma Kombi cheia de trabalhadores uniformizados
que ficou horas me aplaudindo e chacoalhando de um lado para outro. Teve alguém
que jogou um punhado de moedas no canteiro central porque eu não tinha passado
por ali e a pessoa queria muito retribuir o pocket show. Teve o dia em que eu
ganhei uma clave amarela de uma moça que passou numa scooter. Aconteceram
animações de festas de aniversário porque pegaram o meu contato por ali. Um
dia, um motociclista voltou e me convidou para apresentar mágicas para as
crianças da sua comunidade, onde ele conduzia um projeto de animação infantil.
Teve um cara num carro da Band que queria me levar num programa de TV! (hihihi...).
Fora as crianças que ficam por ali vendendo bala. Tão pequenas, aparentemente
frágeis, e já tão endurecidas pelo sol e pelos tantos “nãos” do semáforo.
Demorei para conseguir um pouco da confiança e atenção delas, mas conseguimos
conversar algumas vezes, fiz alguns efeitos especialmente para eles (tem um
menininho que é especialmente arredio, super desconfiado, que só começou a
confiar em mim depois que eu fiz uma tampinha de garrafa desaparecer. Hoje,
sempre que me vê, ele vem com uma folhinha catada no chão: “tio, faz sumir?”).
Muita história boa de ser contada. Hoje, passado um ano do início disso tudo,
eu “regretto“ de não ter escrito essas histórias todas no calor do momento. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGf-XmnBpPxcOM1WgxrLeJoChyphenhyphenOMYnQKlPAaEig3FGFv2IfCDudY03mDDG572Nvs1KVVEE9oo9PxXuVVfW9oRzU_FCtJKgK4q3KeP3nSHk2HCx4ZYMuaeP8FCcJZTsjENCiNr5wGPBVA/s1600/M%C3%A1gica+para+crian%C3%A7as.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGf-XmnBpPxcOM1WgxrLeJoChyphenhyphenOMYnQKlPAaEig3FGFv2IfCDudY03mDDG572Nvs1KVVEE9oo9PxXuVVfW9oRzU_FCtJKgK4q3KeP3nSHk2HCx4ZYMuaeP8FCcJZTsjENCiNr5wGPBVA/s1600/M%C3%A1gica+para+crian%C3%A7as.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fazendo a festa junto com a criançada da comunidade. <br />Convite de um motociclista que estava passando e curtiu o pocket show.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Acho que nesse tempo, o que mais me chocou foi
perceber a quantidade de pessoas que ao parar no sinal vermelho aproveitam para
dar aquela conferidinha básica no telefone, facebook, wattsap e coisas do
gênero. A pessoa pisa no freio com um olho no sinal e outro no aparelho, fica
ali mergulhada – um minuto e meio de suspensão da realidade caótica do trânsito
– para em seguida engatar e acelerar de novo. Essa nossa fixação por pequenos
aparelhos luminosos está passando dos limites do que podemos aguentar... o
problema é que ninguém para muito para pensar sobre isso. Pensar demanda tempo.
Clicar é mais dinâmico do que refletir.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Sigo nos semáforos quando me sobra um tempinho e
disposição. Fico mais naquela esquina de Sampa, mas já consegui trabalhar um
pouco em Brasília e, na última semana, fiz um recorrido em uma grande avenida
de Porto Alegre, buscando ponto interessante. Diferenças em relação à São
Paulo? Bem... carros muito menores e aconchegantes, muito mais pessoas
simpáticas e curtindo a apresentação, muito mais aplausos... que bom que ainda
não extrapolamos o senso de estresse no trânsito como na capital paulista (apesar
de termos, cada cidade, seus já conhecidos problemas de mobilidade e fluxo).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nas próximas semanas, montarei uma agenda especial em
Poa. Além de dar cursos de verão e rever alguns conteúdos de teatro, vou abrir
espaço para frequentar algum semáforo (já estou de olho em alguns pontos). Quem
sabe este ano eu não consigo expandir essa área de atuação, e realizo o sonho de montar um
espetáculo de rua?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A ver.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-88046089849915931552013-10-20T13:56:00.002-02:002013-10-20T14:00:03.369-02:00Você não entendeu nada<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Jacques, toujours Jacques.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Se você precisa de trens para partir em uma aventura e de navios brancos que possam te levar a buscar o sol que será posto à sua frente, procurar as canções que você possa cantar,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Se você precisa de palavras pronunciadas por velhos para justificar todas as tuas renúncias, se a poesia para você é apenas um jogo, se toda a tua vida é apenas um envelhecer,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Se você precisa de tédio para parecer profundo e do barulho das cidades para embriagar os teus remorsos e de fraquezas para parecer bom e ainda da raiva para parecer forte,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Então,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Você não entendeu nada.</span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/rIIJf3vcdD8" width="420"></iframe><br />
<span style="color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">Tu n'as rien compris<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">S'il te faut des
trains pour fuir vers l'aventure et de blancs navires qui puissent t'emmener chercher
le soleil à mettre dans tes yeux, chercher des chansons que tu puisses chanter,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">Alors s'il te faut
l'aurore pour croire au lendemain, et des lendemains pour pouvoir espérer retrouver
l'espoir qui t'a glissé des mains. Retrouver la main que ta main a quittée,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">Et alors s'il te faut
des mots prononcés par des vieux pour justifier tous tes renoncements. Si la
poésie pour toi n'est plus qu'un jeu, si toute ta vie n'est qu'un
vieillissement,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">Alors s'il te faut
l'ennui pour te sembler profond et le bruit des villes pour saouler tes remords
et puis des faiblesses pour te paraître bon et puis des colères pour te
paraître fort,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: FR;">Alors alors<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="FR" style="color: #555555; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.5pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Tu
n'as rien compris</span>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-30530746153712068012013-04-03T09:41:00.000-03:002013-04-03T09:42:32.453-03:00Hamlet e o golpe de Estado<span style="text-align: justify;">É mais ou menos assim: Hamlet avança para atacar o
rei Claudius, pronto para apunhalá-lo. Está pronto para atacá-lo, decidido. Mas
o rei está... rezando. Na hora em que o vê em momento de limpeza espiritual,
Hamlet percebe que não pode matá-lo, pois morrer orando significa purificar sua
alma. Decide esperar um pouco mais, para que o rei, em um momento de pecado,
morra sabendo que sua alma está suja.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Hoje, os vilões das historias reais também sabem
disso. Sabem que não podem ser atacados enquanto estão rezando. E é por isso
que resolvem ficar rezando o templo inteiro, mesmo sem acreditar
verdadeiramente em deus, ou mesmo sem querer o bem do seu próximo. Essa é, na
verdade, uma maneira de defender-se dos ataques da sociedade. Ao mínimo sinal
de perigo, gritam: "hey, povo de deus, vejam! Estão atacando um homem
santo!". Então eles são salvos pela multidão ensandecida, religiosamente
seguidora de suas mentiras pecaminosas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Porque seguir rezando é também uma maneira de
controle social. As pessoas estão sedentas por um messias. Estão esperando há
dois milênios pela vinda daquele que vai acabar com o pecado e o sofrimento nas
suas vidas. Só que Godot não chega, nem vai chegar. A necessidade de ter um
líder é tão grande, que qualquer um que tenha autoconfiança e ganância para dar
um passo à frente e reivindicar a liderança, a terá. Como na velha piadinha
sobre o grande amor, enquanto o líder certo não chega, estas pessoas "vão
se divertindo com o errado".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu0AAvTFnLsXiqW-RMFjh9vxbrNyLphyDNLXt_H2iO52bRFMhVIFPWl7McGj9ghOW2NIoS22YL7rk392AD61uWGaFWk5XuoUhLoaXb4Pshc1wujAmI8DgY73x9WW_16uEAiPcQWBjokQ/s1600/Silas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu0AAvTFnLsXiqW-RMFjh9vxbrNyLphyDNLXt_H2iO52bRFMhVIFPWl7McGj9ghOW2NIoS22YL7rk392AD61uWGaFWk5XuoUhLoaXb4Pshc1wujAmI8DgY73x9WW_16uEAiPcQWBjokQ/s320/Silas.jpg" width="264" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small; text-align: justify;">"Sua vida é tão vazia que você não consegue pensar numa maneira melhor de passar estes momentos? Ou você fica tão impressionados com a 'autoridade', que dá respeito e crédito a tudo e a todos os que dizem ostentá-lá?" <a href="http://odiadonao.blogspot.mx/p/nao-clique-aqui.html" target="_blank">Fight Club</a>.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A religião protege os malfeitores desde os tempos
de Shakespeare. Na verdade, desde muito antes. Shakespeare apenas se deu conta
disso e colocou no papel. Em nome da igreja os malfeitores foram longe demais.
E, em seu próprio nome, deus <a href="http://super.abril.com.br/religiao/quem-matou-mais-deus-ou-diabo-447532.shtml" target="_blank">mandou matar muita gente</a>, desde o antigo
testamento até hoje.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Hoje, amigos religiosos, o diabo esta tomando
proporções muito maiores. Não se esqueçam de que ele ficou tentando Jesus no
deserto com mil riquezas e delicias que só sendo muito santo alguém teria
negado. O diabo se veste bem, fala bem a uma multidão apaixonada, faz chapinha
no cabelo e sempre aparece bem alinhado em publico. Mas por dentro ele é podre,
oco, fedorento. O diabo tem o poder de encantar as pessoas ao ponto de fazê-las
cometer os piores atos possíveis. Não se esqueçam que Jesus disse: muitos virão
em meu nome e enganarão a muitos (Mateus, 24-5). Amém. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Hoje a gente percebe o quanto todos esses séculos
de dominação religiosa fez mal pra cabeça do povo. Sempre volto ao mito de
Platão e sempre penso em indicar esse livro maravilhoso do Saramago chamado A
Caverna. Leiam, quem ainda não.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O problema é que Claudius, o oponente de Hamlet, se
encontra em um lugar feito especialmente para momentos de reclusão espiritual,
fervorosamente concentrado em suas orações. Pergunto-me se Hamlet teria
hesitado caso o rei estivesse rezando na sala de casa, depois de tomar um mate.
Não sei. Mas o símbolo do lugar, do "espaço sagrado" é algo a ser
levado (muito) em consideração. Então, na ânsia de ser protegido, o vilão tenta
transformar em igreja todos os lugares por onde ele anda, inclusive lá onde não
se deveria falar de religião porque não vem ao caso. É por isso que agora já
estão fazendo shows evangélicos no púlpito do plenário. E daqui a uns dias ou
alguns anos, vai ser costume começar a sessão rezando um pai nosso. Como já
acontece em muitas escolas no DF (apenas mais uma forma de torcer o pepino
desde pequenino).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Mas algo mais grave vem por aí. Em Hamlet (olha o
spoiler, hein?) o cara demorou tanto para tentar tirar o rei de lá que quando o
fez foi tarde demais. Tomou um veneno mortal e acabou morrendo junto. A galera
se acaba em uma orgia de espadas e veneno e a peça termina por falta de
personagens. Ou seja, todo mundo se fode. Talvez mais uma marotice do cara lá
de cima, que gosta de matar pessoas?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A cruzada contra o mal já começou. O mal esta no
poder, ganhando muito dinheiro em cima das pessoas amarradas no fundo da
caverna. Hamlet tem que conseguir resultados práticos o quanto antes, que é
para a luta não esfriar, e para não correr o risco de morrer junto no final. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
E o resto será silêncio... até alguém gemer um
aleluia no horizonte.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
.</div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-47125060899771893042013-03-30T14:46:00.003-03:002013-03-30T14:46:40.239-03:00See you, Claremont!<div style="text-align: justify;">
Quando alguém me perguntar o que eu levo desses últimos dois meses...? bem... tenho uma vontade maior de teatro. Relembrei que adoro pesquisar movimento, ação e detalhes de atuação. Tenho três quilos a menos e uma coluna vertical a mais. Meu inglês já está melhor que o "Hello, I'm Maico from Brazil". Reencontrei velhos amigos, fiz mais amigos brasileiros e gringos, fui ao deserto e tirei foto idiota. Conheci pessoas do meu país que fazem fronteira com a Guiana Francesa, vejam só...! Vi uma igreja que se transformou em teatro. Almocei em mesas de conversação linguística, falando uma língua a cada dia. Fiz aulas de ballet e dança contemporânea (me senti a menininha daquele vídeo engraçado do ballet em absolutamente quase todas as aulas). Pedalei, fui pro ensaio de roller, comi champignon e amêndoas como se não houvesse amanhã. Vi muitos esquilos nas ruas, grandes como os ratos brasileiros (os do congresso). Senti saudade, vontade de voltar e de ficar ao mesmo tempo. Recebi críticas e elogios ao meu trabalho. Molhei o pé no Pacífico frio pra caralho. Joguei freesbe e Uno. Li, pensei e discuti. Fiz um ensaio do meu solo para Thomas e o ouvi dizer que lhe faz lembrar as peças que fazia "quando era jovem". Dormi tarde e acordei cedo pra conseguir conversar pelo skype com quem eu quero bem. Entre altos e baixos, aprendi a me mover diferente e dei nó na cabeça com algumas das técnicas. Já saio daqui com saudade, e fico com a expectativa de encontrar o meu Sótano na próxima escala, no sul do México. Fico com a expectativa de voltar a Poa em alguns dias para dar oficina e apresentar minha peça. Fico com a expectativa de chegar em São Paulo e abraçar minha Iararinha. Fico com a mala cheia de livros e a cabeça cheia de idéias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisMm4360RacOH45SaoIo8LN-DE0U9ugGGhNIGmgfF20-EfkNsxChShuoIxKwtGZ6drSnNA2sm7jnwA4s4FwW461HFZHl2U1Iu54GPxtNSsW5cdwQSU-RXURV2-AG97YyW_EQH5ak3JCg/s1600/Livros.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisMm4360RacOH45SaoIo8LN-DE0U9ugGGhNIGmgfF20-EfkNsxChShuoIxKwtGZ6drSnNA2sm7jnwA4s4FwW461HFZHl2U1Iu54GPxtNSsW5cdwQSU-RXURV2-AG97YyW_EQH5ak3JCg/s400/Livros.JPG" width="400" /></a></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-49375504391754614052013-01-18T14:30:00.000-02:002013-01-18T14:32:47.283-02:00M in M<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(hoje, três anos depois de ter escrito esse
texto, enquanto preparo novas viagens, novos portos, novos desafios, novos
vistos, me deparo com o <a href="http://www.passaporteparaoexilio.blogspot.com.br/" target="_blank">novo projeto</a> de um dos meus grupos do coração, o Teatro
Sarcáustico. Demorei a publicar esse texto, escrito em uma manhã fria de
dezembro em que eu transitava entre um teste em Madrid e um final de ano em
Paris, sonhando com minha Porto Alegre enquanto comia <i>una media com tomate rallado</i> em um barzinho de esquina, pensando
justamente nos meus companheiros que tinha deixado temporariamente).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Primeiro contato, tateio o escuro, respiro o ar
gelado, percorro ruas que em uma primeira mirada me soam raras, grandes
abstratas, impessoais... é difícil imaginar, quando se chega em uma cidade pela
primeira vez, o modo como iremos nos apropriar dela, como ela irá fazer parte
de nós, de nossa vida... e vai...? Caminhar por entre ruas pequenas, conhecer
becos escondidos, imergir nos seus segredos, ser tragado, absorvido, sem dar-se
conta do momento de transição, onde o viajante solitário com sua mochila se
transforma no feliz habitante, no cidadão modelo, no profissional bem sucedido,
no espelho onde todos querem mirar-se. Mas tudo são conjunturas, são suposições
perdidas e até descabidas, uma vez que a vontade de fazer com que tudo isso
seja seu não pertence exatamente a esse lugar... talvez a dificuldade seja a de
descobrir a que lugar ela pertence... estando a pouco mais de oito horas do
novo porto, daquela outra cidade a qual julgamos conhecer tão bem (o que
sabemos não ser verdade), aquela outra, a qual nos dirigimos com a alegria de
quem volta para casa, mesmo sabendo que viver assim significa, mesmo por um
curto espaço de tempo, viver sem casa, pulando de galho em galho, mudando
constantemente, cambiando por dentro por fora, convivendo com o
engorda-emagrece associado tantas vezes com o <i>estar-feliz</i>/ <i>estar-triste</i>
que estas cidades te trazem, ou que a tua cidade, aquela que te espera (que te
espera?!) te envia... e sabendo que a outra, aquela do destino, não te conhece
tanto assim, mas tu aceita <i>quand même</i>.
Avançar. Voltar. Afinal, quando é mesmo que um passo à frente significa um
retorno, e quando é que o retorno é que significa um passo à frente? Hã?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">Madrid, dezembro de 2009<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">Dedicado a todos meus companheiros, mes compagnons,
mis compañeros de jornada, os quais posso ver agora, enquanto fecho meus olhos.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">.<o:p></o:p></span></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-80249861730060477672013-01-08T13:47:00.001-02:002013-01-08T13:59:59.578-02:00Poeminha BraimstormPeguei uma
idéia,<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Deturpei o
sentido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Escutei ao
contrário,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Entendi ao
avesso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Olhei nos
teus olhos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Verdes,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Vi no meu
passado,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Um
presente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Respirei
contigo, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Alterou meu
pulso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Me
perguntei sobre o futuro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Li teus
escritos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sorri teus
sorrisos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Cresci teu
cabelo,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Furei teu
umbigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Respondi
tua mensagem,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Chorei
escondido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Chorei
abertamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Fingi. E
fui honesto às vezes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Corri,
querendo ficar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">(e fiquei
querendo sair, mas seria muito clichê fazer esse jogo de palavras)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">avras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Fui previsível,
incrível, sofrível, surpreendente, chato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Bobo,
inclusive.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Te dei
minha roupa – nosso cheiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Primeiro guardei
teus recados, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">(aquele, em
pedaços, fui perdendo palavra por palavra.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas lembro
de todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Apesar de
isso ser impossível, minto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">É mais
bonitinho.<o:p></o:p></span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitdu42IILZX7htxLQaxopZL8ytx67cHrWkyJYC-1yYwR6k0ZpFyaHnpXBVsZ6yz7WmKQqHdS1F8MB1Jw9p6QVbQhdwIgtbnuSYGDg46yON6iOcgDOIc_junZ9WUTqc8DJO8rB1N7i56A/s1600/Ef%C3%AAmero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitdu42IILZX7htxLQaxopZL8ytx67cHrWkyJYC-1yYwR6k0ZpFyaHnpXBVsZ6yz7WmKQqHdS1F8MB1Jw9p6QVbQhdwIgtbnuSYGDg46yON6iOcgDOIc_junZ9WUTqc8DJO8rB1N7i56A/s400/Ef%C3%AAmero.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://pinterest.com/leilaeme/photography/">http://pinterest.com/leilaeme/photography/</a></td></tr>
</tbody></table>
<span lang="PT-BR"><br /></span>
<span lang="PT-BR">Tenho
tantos defeitos quanto você, virtudes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas meu sorriso
permanece <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Dois
tracinhos e um parêntese<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Escritos em
papel timbrado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Selado e
postado às pressas... acontece...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Como são
efêmeras as cartas, os beijos e as frases!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas as
imagens ficam, ardentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Então o
efêmero dura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Os beijos
pendentes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E as
palavras ditas, não ditas, idealizadas e esperadas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não vão
embora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A cabeça
gira, latente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Perdoe-me,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Se eu fosse
corajoso, não seria eu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E se não
fosse, também não seria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não quero
impressionar, prefiro que me conheças assim,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Com
defeitos e cicatrizes, inteiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Para mim,
não é problema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não sei
quem és, mas no fundo, quem se sabe?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Se você
existisse, eu te escreveria um poema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">.<o:p></o:p></span></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-6814572405059608652012-11-21T09:38:00.001-02:002012-11-21T09:38:20.129-02:00Gincana abaixo de mau tempo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVaz9Ednk-sXJv43f0F3Cj7XSaIEgYzbjQsLAvDSUSdoHCtORLzoShjuuHJxOlAPTHPHceijRql5uLU3GhqgfjRXMG8E84KyovoiShq_irKpg_OT6vzKxCfY5srYNj5J1jBW1yPSveA/s1600/chuva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVaz9Ednk-sXJv43f0F3Cj7XSaIEgYzbjQsLAvDSUSdoHCtORLzoShjuuHJxOlAPTHPHceijRql5uLU3GhqgfjRXMG8E84KyovoiShq_irKpg_OT6vzKxCfY5srYNj5J1jBW1yPSveA/s320/chuva.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Chuva torrencial, exponencial, abundante,
daquelas que não escoam por lado nenhum e acabará por fim a submergir um canto
todo de uma cidade. Na avenida encharcada, difícil é descer da calçada, tamanho
o rio que corre entre pista e meio-fio. Qualquer um que ousasse pôr o pé para
fora do abrigo que era aquela parada de ônibus, em meio segundo se
transformaria em uma esponja. Ao lado da parada, uma tendinha dessas que vendem
coisinhas e comidinhas, transformada em ilha, claro, como a parada ao seu lado,
abriga o que nela não coube. Então são dois grupos, numa grande gincana
molhada: do lado de lá o grupo da parada observa o ônibus chegando enquanto no
seu campo de visão o grupo da tendinha recua em ola para evitar a poça que voa
em sua direção. Do outro lado o grupo da tendinha alterna seu olhar entre a
esquerda, na esperança de um ônibus que os tire daquela ilha, e a direita,
invejando alguém do outro grupo que porventura tenha sentido a sorte de ser
resgatado por uma linha. Mas linhas milagrosas são escassas, e raras. E não
menos raro é o motorista (?) de ônibus que cruza em alta velocidade na pista
central, deixando para trás a esperança do resgate imediato. Ninguém protesta,
calejados pela cotidianidade com que isso ocorre – além do mais qualquer
movimento brusco significa mais água no corpo, e todos ali sabem que um péssimo
motorista não valeria aquele sacrifício. A chuva resolve intensificar os
trabalhos. Os dois grupos já têm dificuldade em se enxergar, tamanha a cortina
molhada que os separa. Olhando para o chão, sua área seca está cada vez menor,
os sapatos (e as meias!) sentem os respingos do dilúvio que cai a poucos
centímetros. Apertam-se. Mas a chuva não aproxima os seres humanos. Eles apenas
se apertam para escapar da umidade externa, com o olhar no horizonte, quietos,
resignados. Eventualmente alguém se liberta, atravessa correndo a avenida,
levando a parte que lhe cabe de água para casa. O movimento cessa. Não mais
ônibus, não mais carros. O tempo passa. Apenas sons molhados e pensamentos
esparsos enchem a cabeça de quem espera. Dois, três, cinco minutos de água e
asfalto. Água, asfalto e corredeiras no meio fio. Do outro lado surge ela,
menina, pequena, vestida de escola. Nota-se que costuma passar sempre por ali,
vinda de alguma aula. Sob os olhares atentos dos dois grupos da gincana, surge
com dificuldade, lutando contra a natureza que a quer empurrar de volta. Salta
uma corredeira, pisa o asfalto, protege o rosto e o corpo com os braços,
inutilmente. Cruza pelo canteiro central. Tem a boca roxa de frio, o casaco
empapado, a mochila pesada, o pé vestido em água. Chega à segunda corredeira, a
que dará acesso ao grupo da tendinha. Pisa no limite entre asfalto e rio,
saltando ao meio-fio. Junta-se ao grupo. Busca um lugar para si. O grupo lhe
abre espaço, não por solidariedade, mas por não querer receber a água que
aquela inesperada visitante trouxe. A menina treme dos pés à cabeça, arrepiada,
frio. A moça da tendinha lhe sorri, nota-se que a freqüência é habitual, elas
se conhecem de vista. Não existem palavras nem aproximações mais profundas, mas
estamos diante de um daqueles momentos onde a cordialidade superficial se
manifesta, como acontece sempre no elevador, na padaria, no balcão: tudo bem?
Tudo. Tudo bem? Tudo. Um bom dia. Pra você também. Até mais. Nos vemos. É nessa
fração de segundo, entre a chegada da menina encharcada e o sorriso da moça que
vende comidinhas e coisinhas, que acontece a aproximação verbal da segunda em
direção à primeira: “Oi, tudo bem?”. A outra, composta em camadas de corpo,
água, roupa e água, boca roxa e pele arrepiada, sorri batendo queixo: “tudo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-84490695647292012422012-11-15T14:13:00.002-02:002012-11-15T14:21:25.615-02:00A História do Elefante<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Uma vez, há muito, muito tempo atrás, no
continente africano, viviam os elefantes. E eles eram livres. Podiam andar
por todos os lados e em toda parte. Não havia fronteiras, não havia barreiras,
não havia cercas de arame farpado. Os elefantes podiam andar de norte a sul e
de leste a oeste.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">E eles eram muito felizes. Quando estavam sós,
caminhavam para encontrar amigos. Quando estavam com fome, caminhavam para
encontrar folhas para comer. E quando estavam com medo, caminhavam até
encontrar o conforto de suas mães.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Um dia, um dos elefantes mais jovem viu uma
árvore cheia de folhas mais suculentas que as demais. Com fome, ele virou as
costas para os outros para comer da deliciosa árvore. Em um instante, ele foi
separado de sua família.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5D7ZaZxmewsvV41NHbmB-3wGH6tpRHsDJ3BpCt39l05JUR02kMyJlYJS_Q9T5z7PjC8e1QzBCN6ekr67TClfCy97raBnKNButYRM87Nc85fWN6aAoMcGRKSLJ8HSME6kQIi0DF9bDyA/s1600/I'm+walking.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5D7ZaZxmewsvV41NHbmB-3wGH6tpRHsDJ3BpCt39l05JUR02kMyJlYJS_Q9T5z7PjC8e1QzBCN6ekr67TClfCy97raBnKNButYRM87Nc85fWN6aAoMcGRKSLJ8HSME6kQIi0DF9bDyA/s400/I'm+walking.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: #fefefe; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 15.600000381469727px; text-align: left;">Every year, every day,... I'm walking. Foto de Eric Nathan.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Quando o pequeno elefante tinha acabado de comer, ele virou-se para juntar-se à sua família. Mas encontrou uma barreira enorme entre eles. Longa, alta e forte... Sua família de um lado e o jovem elefante de outro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ele encostou-se na barreira, empurrou-a fortemente, tentou cavar por debaixo dela. Mas não teve jeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A família de elefantes esperou e esperou... Eles esperaram para se reunir novamente. Esperando que tudo fosse como antes. Eles comeram tudo o que tinham à sua volta e começaram a ficar com fome. E sabiam que em breve teriam que partir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Fragilmente, eles juntaram seus corpos formando uma cerca. E, então, muito devagar e com muita relutância, começaram a mover-se e se separaram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; text-align: start;">Durante a noite se podia ouvir o pequeno elefante trombeteando sua solidão no escuro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span lang="PT-BR">Trecho do espetáculo
Every year, every day... I’m walking, <o:p></o:p></span></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span lang="PT-BR">de Magnet Theatre
(África do Sul)<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">.<o:p></o:p></span></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-41447933913949285962012-10-03T07:21:00.001-03:002012-10-03T07:21:37.626-03:00De como o Facebook minou qualquer escrita aprofundada.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
"Maico,</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não tome esta carta como uma afronta, ou uma
cobrança vazia sem razão. Não queria expor tua figura assim em público, mas não
consigo pensar em outra maneira de me dirigir a você e de ter um retorno válido
se não for por este meio. O fato é que tenho me sentido muito sozinho e
gostaria de falar sobre isso. Andei me revisando nos últimos dias, pensando em
tudo o que passamos juntos e relendo a quantidade infinita de coisas que você resolveu
expressar através de mim. Foram épocas boas, ricas de conteúdo, onde eu te
ajudava a entender algumas coisas do mundo e você criava meios de isso chegar
até outras pessoas de uma maneira indireta e impactante. Lembra de quando você
me revisitou e buscou vários textos que tinha escrito, chegando a montar um
espetáculo com eles? Pois é... talvez isso não teria acontecido se você não
tivesse trabalhado uma produção textual tão rica naquela época.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Vou direto ao ponto, para não parecer dar
voltas sobre o mesmo assunto. Eu sei que o Facebook é popular e que todo mundo
o “curte e compartilha”, mas é ele quem está minando nossa relação. Não, não é
um ciúme besta de um site contra outro, mas desde que você começou a dar mais
atenção a ele do que a mim, suas idéias ficaram mais vazias, mais imediatas e
com menos – muitos menos! – poesia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Vocês, os seres humanos, são sempre tão
imediatistas... carregam tanto essa vontade de serem lidos imediatamente, de
serem populares, de terem um número razoável de <i>likes</i> assim que postam qualquer coisa... todos buscando aprovação e
aceitação o tempo inteiro em tempo real... já parou para pensar nisso,
Maico...? Já se deu conta de que nessa tua busca por aceitação o teu conteúdo
ficou cada vez mais vazio? Não que eu ache que sou a única maneira de provocar
um engrandecimento do teu ser, não é isso. Mas sou um veículo para isso, entre
tantos outros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Quer exemplo concretos? Antigamente, quando
você gostava de um vídeo, o recomendava aqui, como fez com o <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2010/03/virei-fa-do-darth.html">Darth</a> ou com o
<a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2009/10/perdendo-tempo-e-medos-em-apostas.html">Beirut</a>. Isso valorizava o vídeo, você o tratava de uma maneira especial,
colocava a letra das músicas que te diziam alguma coisa (lembra da <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2009/04/pra-que-serve-o-amor.html">Piaf</a>? Ou do
<a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2010/03/no-me-abandones.html">Johansen</a>?). Lá no Facebook qualquer vídeo que você postou nos últimos tempos se
perdeu... eles não ficaram marcados na tua história, perderam a importância que
tiveram no momento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Lembra das tuas reflexões sérias...? Não eram
apenas gritos, eram poesia. Eu sei que você andou relendo <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2011/07/les-ephemeres.html">Les Ephemères</a> e se
emocionou de novo. Eu sei que você revisitou suas reflexões de <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2011/12/breves-reflexoes-de-um-menino-de-onze.html">onze anos</a>. Já
imaginou o que tudo isso teria virado se fossem postagens de facebook?
Provavelmente uma frasezinha para chamar atenção, alguns <i>likes</i> e comentários espirituosos e deu, teríamos um conteúdo para
sempre perdido no limbo da internet. Aqui as coisas perduram... tanto as
bizarrices (o que foi aquela <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2010/02/noticia-italiana.html">notícia italiana</a>?!) como os momentos sérios de
conflito (<a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2009/03/under-pressure.html">Under Pressure</a>... grande momento do teu espetáculo, não...?).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O que peço aqui é um pouco de atenção com quem
te faz evoluir como pessoa: paradoxalmente, um meio eletrônico e tão artesanal
como um simples blog. Este ano você publicou aqui apenas duas vezes. Você não
construiu apenas duas idéias interessantes este ano. Além disso, você está
devendo uma resposta ao comentário na postagem da <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2012/01/michel-telo-e-bicicleta.html">bicicleta</a> desde janeiro...!
Isso não se faz...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Maico, lembra do teu compromisso assumido no <a href="http://maicosilveira.blogspot.com.br/2008/09/buenas.html">dia em que eu nasci</a>, há quatro anos. Você falaria aqui de <i>‘teatro, trânsito, vida, arte, viagens, amigos, cidades, remédios,
materiais diversos, teatro, livros, cinema, comerciais, teatro, saudades, chatices,
sofás, perguntas sem respostas, respostas sem perguntas, pesquisas, teatro,
amigos, trânsito, impressoras, livros, dores, fatos, coisas, provas, música,
sabonetes, luzes, carros, trilhas, portas, chãos, malas, chocolates, escadas
rolantes, professores, teatro, tapetes, horas, joelhos, almofadas, enfeites, gente,
leis, vinhos, hábitos, curiosidades, oportunidades, ditos, não ditos, cadeira
de faculdade, cadeiras de madeira, sonhos, diálogos, desafios, balas, rios,
anjos, astronomia, árvores, estupidezes, gentilezas, alegrias, pizzas,
eletro-eletrônicos, férias, política e tomates.’</i> Continue falando disso.
Você não será muito lido, nem muito aprovado, não terá muitos <i>likes</i> nem muitos comentários. Mas terá
um pensamento construído, não apenas um pensamento jogado na rede.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR">Obrigado por me ouvir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">Um abraço grande,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">Maico sem Ene."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-78363821651576245452012-06-29T19:47:00.003-03:002012-06-29T19:48:35.025-03:00Chega sexta!!!<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQCCXLEYocse8lFqLvOfEPW6y2ddjNVTFxFqHr5L1bmY0WV9HWg-fjs7M_xRFLxo-wN4iVyrknrKNEyia4j4dJwegsVPot1XYzbxpEYFeE8McJa3vU93dL3cuH2fpJw8Czz5WIQYafw/s1600/Chega+sexta.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQCCXLEYocse8lFqLvOfEPW6y2ddjNVTFxFqHr5L1bmY0WV9HWg-fjs7M_xRFLxo-wN4iVyrknrKNEyia4j4dJwegsVPot1XYzbxpEYFeE8McJa3vU93dL3cuH2fpJw8Czz5WIQYafw/s1600/Chega+sexta.JPG" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olha que coisa mais bonita, mais gostosa, mais vontade de apertar, mais flafstis e mais vontade de desejar que o tempo passe.</td></tr>
</tbody></table>
<span lang="PT-BR">Enquanto isso, no mundo dos mortais, a
sexta-feira é exaltada e a segunda-feira é menosprezada. As fotinhos de
"chega sexta, chega sexta!" correm os murais do Brasil, os dias
passam voando e o final de semana é cada vez mais exaltado. De outro lado as
imagenzinhas, as coisinhas, os gatinhos, porquinhos, passarinhos,
ornitorrincozinhos e ondinhas do marzinho nos dizem para aproveitar cada
segundo porque a vida é feita de momentos. E um dia depois, as mesmas pessoas
buscam para os seus murais as mensagenzinhas de "chega sexta, chega sexta!".
E a vida passa diante delas, e os dias passam incógnitos, como atalhos para o
grande e sonhado dia, que chega e vai embora, sem trazer nada demais. A
sexta-feira se tornou uma das tantas pedras de Sísifo que os mortais insistem
em carregar. Ela é rolada morro acima e, depois do trabalho realizado, volta a
cair. E lá vão os mortais buscá-la de novo na segunda-feira. Com tudo isso, ninguém
vê que o verdadeiro espírito da sexta-feira está dentro de cada um e que o nome
de um dia é apenas um estopim para algo de bom e interessante acontecer. Quantas
coisas maravilhosas já aconteceram na terça, na quinta ou até mesmo na segunda,
veja só...! Outras imagens (de anjinhos, bebezinhos, cachorrinhos e outros
inhos) nos dizem que o dia de ser feliz é hoje, pois o passado passou e o
futuro talvez não chegue. Um pouco fatalista, talvez, mas não deixa de ter um
fundinho de verdade. Mas se torna difícil crer que os mortais acreditem
realmente nesta idéia quando proliferam tantos desejos de que o tempo passe tão
rápido quanto possível. E passar para quê? Ele passará por si próprio. Sem
dúvida passará. O que faz uma pessoa desejar que o tempo passe? O que ela fará
com aquela pequena pérola rara chamada instante quando ele estiver em suas
mãos? Idealizar um instante é como planejar um orgasmo: ele até vem, mas dura
tão pouco em relação à expectativa criada, que a frustração acaba sendo maior
do que a realização. Então, sei lá. Bóra relaxar um pouco e aceitar de vez em
quando um orgasmo de meio de semana, afinal todo dia é dia de feira.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-30652321980877778342012-01-17T16:29:00.000-02:002012-01-17T21:47:38.006-02:00Michel Teló e a bicicleta.<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span><i><span lang="PT-BR">“Mãe, posso ir na casa
do fulano? Não. Mas todo mundo vai. Mas você não é todo mundo.”</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Michel Teló é o nome da vez. É um cara
simpático, divertido, bonachão, que ganhou o mundo e o coração da galera. A
música do cara é popular no Brasil e no exterior. E isso “legitimiza” a
qualidade dela aqui, pois tudo o que faz sucesso lá fora deve ser bom e
“representa nossa cultura”. Finalmente o Brasil começou a exportar música que
faz os outros dançarem lá fora. Não continuaremos apenas a importar a Rhianna,
a Shakira, a Lady Gaga, e os afins, mas temos condições de devolver ao mundo
algo tão popular quanto. Isso somos nós, essa é a nossa cara, esta é a alegria
e o despojamento do povo brasileiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Você concorda com o parágrafo anterior? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">( )
Sim (
) Não, com exceção das três primeiras frases.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os que criticam o trabalho do cantor se
confundem quanto ao alvo e acabam criticando o próprio cantor. No entanto, ponderemos:
Michel Teló é apenas o quarto cantor a gravar o hit de 2008, juntando-se às
bandas <a href="http://letras.terra.com.br/os-meninos-de-seu-zeh/1454568/">Os meninos de seu Zeh</a>, <a href="http://www.cangaiadejegue.com.br/">Cangaia de Jegue</a> e <a href="http://bandagarotasafada.com/">Garota Safada</a>. A questão
é um pouquinho mais profunda do que uma simples análise musical ou um ataque ao
artista. Uma das autoras da letra, Sharon Acioly – responsável pela singular
<a href="http://letras.terra.com.br/sharon-axe-moi/1227126/">Dança do Quadrado</a> –, <a href="http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/01/autora-de-ai-se-eu-te-pego-responde-ao-comentario-de-bruno-medina.html">respondeu</a> esses dias a uma <a href="http://g1.globo.com/platb/instanteposterior/2012/01/04/carta-aberta-a-michel-telo">crítica</a> de Bruno Medina, e
disse, entre outras coisas, que foi criada ouvindo grandes artistas da MPB e
que “sabe bem a diferença entre um gênero e outro e aprecia os dois, pois adora
dançar.” O que me preocupa é justamente quem não tem paciência para saber que
existem outros tipos de som e que toma certos estilos musicais como único
estilo possível existente. Ou seja, o que me assusta no movimento Teló não é a
música ou o cantor em si, mas o que isso reflete sobre nós, sociedade brasileira:
uma sociedade onde a maioria das pessoas não busca sair da sua área de conforto
e tem medo, preguiça, ou simplesmente não vai em busca do desconhecido porque
nunca pensou nisso. A metáfora da música revela muito de nosso pensamento arraigado
a valores com os quais convivemos desde sempre. </span><br />
<br />
<span lang="PT-BR">--</span><br />
<span lang="PT-BR"> </span><br />
<span lang="PT-BR">Pequena pausa para uma historinha:</span><br />
<span lang="PT-BR">Adoro uma história contada por
uma amiga cantora, quando depois de uma apresentação do seu coral foram para o
restaurante da cidadezinha gaúcha e, com o povo reunido, o cantor pegou a gaita e
disse: “Os senhores que me desculpem, tudo estava muito bonito lá no coral, mas
isso aqui é que é música!” E puxou um vaneirão sob os aplausos do povo. E isso
é perfeitamente compreensível em se tratando de uma cultura como a gaúcha, uma
das mais consistentes e, talvez por isso, conservadoras no nosso país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
--<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Em nossa cultura fomos aprendendo a valorizar
sempre – e apenas – uma pessoa de cada vez. Nossa cultura valoriza o que é de
massa, diminui o que “não junta muita gente”, e estandardiza alguns poucos
profissionais como se fossem heróis. Particularmente, acredito que é necessário
desconfiar de o que vem com o selo de qualidade da maioria, sempre. Eu sei que
não é uma afirmação muito democrática, mas o fato é que massas são facilmente
manipuláveis (existem muitos textos informais, como <a href="http://www.trezentos.blog.br/?p=441">este</a>, ou formais, como
<a href="http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf">este</a>, que tratam do assunto, no caso de não acreditarem em mim). Basta dar um
rápido giro em alguns fóruns de discussões internéticas para constatarmos que
de acordo com a maioria, hoje os artistas estariam sem seguro desemprego, leis
de financiamento cultural não existiriam, o ex-presidente já estaria em estágio
terminal e o mundo já teria acabado por alguma briga entre torcidas. Quando a
Secretaria de Cultura do Estado do RS estava ameaçada de fechar no início do
governo Yeda Crusius, fizemos uma mobilização em prol da classe artística e, em
fóruns da página da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em uma rede
social, não foram poucos os que nos criticaram dizendo que a cultura não era
nada importante para a sociedade e que qualquer dinheiro deveria ser utilizado
para melhorar bens públicos como saúde, educação, e o discurso de sempre.
Universitários dizendo isso, em 2007, são profissionais que em 2012 engrossam a
massa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pequeno dado para antes de continuar lendo o
texto excessivamente longo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Alguém sabe quantos carros foram vendidos no
Brasil em 2011? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Resposta: 3.633.006 <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">– ou, simplesmente, <a href="http://embarqbrasil.org/taxonomy/term/857">dez mil novos carros por dia</a>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Isso mesmo que você leu. Com todo o atrolho de
carros nas ruas e uma bomba relógio prestes a explodir (ou parar) o centro das
grandes cidades, continua-se comprando carros. Afinal, “brasileiro é apaixonado
por carro”, nós acreditamos nisso e seguimos comprando, ué!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pergunta lugar-comum: Por que o velocímetro de
um carro popular chega a 220Km/h se a velocidade máxima permitida é <st1:metricconverter productid="100 Km/h" w:st="on">100 Km/h</st1:metricconverter>?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Na Porto Alegre de 2012 está acontecendo um fenômeno digno de ser estudado por muitos sociólogos. É sério: eles deveriam passar um tempo andando de bicicleta por aqui para entender <i>empiricamente</i> o que acontece no trânsito desta cidade. Em uma época em que se discute mobilidade, congestionamentos, poluição e desenvolvimento sustentável, os debates afloraram sobre um dos meios de transporte mais limpos e saudáveis que temos notícia. Mas o fato é que em Porto Alegre está cada vez mais difícil andar de bicicleta. Dentro de pouco mais de um mês completaremos um ano do atropelamento em massa acontecido na cidade, e pouquíssimo foi feito em relação a isso. Inclusive o atropelador corre o risco de ser absolvido. As bicicletas são vistas com hostilidade pela maior parte dos motoristas, o poder público exige conversar com uma “liderança” do movimento “Bicicletada”, e não entendem que este movimento, por princípio, não tem liderança. Querem impor limites a um movimento do bem, que só exige <i>mais amor e menos motor</i>. Em qualquer lugar um pouco mais civilizado, um atropelamento como esse desencadearia uma série de ciclovias e projetos de educação e consciência aos motoristas – sim, porque ninguém está percebendo, mas as pessoas estão ficando loucas de verdade: o transito está estressando e enlouquecendo quem passa muito tempo ali. Mas em Porto Alegre essas medidas não tiveram espaço; em Porto Alegre tudo isso desencadeou ódio. O ódio dos motoristas em relação aos ciclistas. Aqueles que, como eu, andam de bicicleta pela cidade, sabem do que estou falando e sentem isso cada vez que alguém lança aquele olhar de profundo ódio por detrás do volante. A <i>opinião pública </i>de Porto Alegre está se voltando contra os ciclistas. Os jornais fazem campanhas indiretas em notas que parecem inofensivas, mas que estimulam o ódio. A cultura do automóvel está se voltando contra o “politicamente correto” (leia-se “chato”). Chato? Exato. Esse é o estigma que ganha quem não come carne, quem anda de bicicleta, quem separa o lixo, quem prefere filmes com áudio original legendados em sua língua e mais recentemente quem não dança o Ai se eu te pego. Essas pessoas são chatas para a “sociedade” quando começam a tentar mudar essa sociedade. E os que sabem que mudanças não são benvindas (e a própria palavra “benvinda”, mudada, me sai agora com dificuldade) e não tentam mudar nada, mas simplesmente viver sua vida, têm as suas vontades invadidas pelos hábitos da maioria e pela idéia de que todos devem pensar iguais. Ser “politicamente correto” no Brasil virou sinônimo de chatice, assim como agir com honestidade virou sinônimo de burrice.
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghZntDkAoqtHWEIDBlIzmsJQFLlCqjj71TtSP2V3GEM7crdzgpDBa-ESH-p8vRvh3rHKGMdfXAJznfZEJDSybQxlFjorhXCVQIPP6d3JxNu13ckXalvV0IhTHAlxVdgqPLQMpCS0FiOw/s1600/Bike+m%25C3%25ADdia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghZntDkAoqtHWEIDBlIzmsJQFLlCqjj71TtSP2V3GEM7crdzgpDBa-ESH-p8vRvh3rHKGMdfXAJznfZEJDSybQxlFjorhXCVQIPP6d3JxNu13ckXalvV0IhTHAlxVdgqPLQMpCS0FiOw/s400/Bike+m%25C3%25ADdia.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma notinha inofensiva no jornal de maior circulação do RS.</td></tr>
</tbody></table>
É exatamente onde começamos a ter problemas
infindáveis: no ponto onde perde-se o direito de <u>não</u> gostar do que a
maioria gosta. Porque, meu amigo, se você mora no Brasil e não sabe quem é o
personagem da novela, o bordão do momento, o nome do estuprador em horário
nobre ou a escalação do seu time (Deus o livre se não tiver um time!!), você
terá problemas seríssimos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Maaaaaaas... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">quem está se opondo a este movimento todo está
errando na dose de munição: não adianta volver-se contra a multidão e gritar
contra ela. Porque ela simplesmente te crivará suas opiniões, te desacreditará
e passará por sobre o teu cadáver! A opinião pública (e os motoristas de
ônibus, os taxistas e os atropeladores de multidões) passarão por cima da tua
bike. Eis a verdade para quem enriquece seus discursos com exemplos eruditos
demais, e às vezes equivocados e lugar-comum. Colar a letra de <i>Ai se eu te pego</i> no seu blog e
compará-la com uma poesia barroca não vai adiantar nada na conversão. Também
não adianta chamar o Chico e o Caetano para ajudar na artilharia. Não vale a
pena ganhar a antipatia de quem você, que fala de poesia, gostaria de abrir os
olhos para a arte bem-feita do país. É por isso que essas pessoas, tão bem
intencionadas, são chamadas carinhosamente de pseudo-intelectuais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Michel Teló existe, é simpático, e vai
continuar existindo para sempre. Ele já se chamou Luan Santana, Latino, Nx
Zero, Gaiola da Popozudas, Bonde do Tigrão, É o Tchan, e até – vai me doer
dizer isso – Mamonas Assassinas. Ele já se chamou “Olimpíada”, “final do
capítulo da novela das oito” e “final do Big Brother”. Ele já se chamou “Copa
do Mundo”, e vai se chamar assim de novo dentro de dois anos. Uma vez por ano
ele se chama “Campeonato Brasileiro”, mas essa dura mais de oito meses. O que a
gente precisa aprender é deixar a diversão para o momento da diversão, e falar
(bem) sério quando for necessário. E sério é sério (não suporto passeatas “com
bom humor”). Difícil é convencer alguém a deixar um pouco de lado os passinhos
da música e olhar além, no mundo. Difícil é desafiá-lo a desconfiar quando a
televisão passa repetidamente e exaustivamente aquela mesma imagem daquele
ciclista que passou no meio dos carros e que o trata como se ele estivesse
colocando uma bomba ali ou algo parecido. Difícil é dizer sem ofender que esta
pessoa pode estar sendo manipulada naquele exato momento e nem sequer desconfiar
disso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Correntes especulativas dizem que o estupro no
Big Brother é apenas uma jogada de marketing da própria emissora. Agora, a
questão bem colocada por <a href="http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=2104">Juremir Machado</a> é que chegamos ao ápice da chinelagem
quando um estupro em horário nobre serve como estratégia de marketing. O que
está acontecendo nesse Brasil de 2012 não caberia na letra da música da Legião
dos anos noventa. Literalmente: está tudo errado, está tudo invertido. Se
inverteu o que é bom, ou ruim, permitido ou negado, creditado ou descreditado.
Nem nas leis não se pode mais confiar. Não esqueçamos que a pior classe de foras-da-lei
que atua no país age dentro delas, pois eles próprios as criam. Esses
"foras-da-lei-dentro-dela" aproveitam momentos de distração do povo, para cometer
atrocidades inimagináveis. Ou você esqueceu que Jader Barbalho <a href="http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2011/12/28/interna_politica,284424/jader-barbalho-toma-posse-no-senado-e-critica-lei-da-ficha-limpa.shtml">tomou posse no Senado</a> no dia 28 de dezembro, (em pleno recesso parlamentar!!!) às escondidas,
tendo que convocar de última hora 10 parlamentares para presenciar a cerimônia?
Espero que também não se esqueça que os deputados federais aprovaram em 22 de
dezembro de 2010 o seu aumento, e ao voltar em fevereiro de 2011 tinham <a href="http://noticias.r7.com/brasil/noticias/parlamentares-voltam-ao-trabalho-em-fevereiro-de-2011-com-salario-60-maior-20101222.html">60% a mais de salário</a> e que, um ano antes, e faltando uma semana para o carnaval, foi
quando o STF começou a colocar pressão para ter seus salários aumentados, fato
que aconteceu sete meses depois, em 23 de setembro? Algo em comum entre esses
fatos? Todos aconteceram durante o verão no hemisfério sul, enquanto o povo
dançava alucinadamente o hit do verão. Esta semana – janeiro de 2012 – o SATED,
Sindicato que representa a categoria artística no RS, está lutando para reunir
o máximo possível de pessoas para impedir a <a href="http://www.correiodopovo.com.br/impresso/?ano=117&numero=83&caderno=0&noticia=373619">PL410/ 2011</a>, emenda que acaba com
muitos direitos conquistados ao longo dos anos para a classe artística, divide verbas de cultura e de esporte, entre outras áreas, e é vendida como se fosse uma maravlha - como se vê no link aí atrás. Ela foi
votada super rápido, no dia 21 de dezembro, e que vai ser sancionada pelo atual
governador dia 17, hoje, se nada for feito. É assim. É no verão, em menos de um
mês. Rápido, não? Quando foi a última vez que você viu uma decisão ser tomada
assim, tão rápido? É quando as pessoas saem da cidade e os sindicatos não
conseguem reunir um número expressivo. É quando todos vão para a praia e se
desligam no noticiário – isso quando o noticiário noticia esse fato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeC2xalCtZeGqiAVJkHNRWKOUhIS8TsfUFccu0-iyGBzX85LxyPICYYQi8ZJiTmgbQvfNlwtvJVW-PCT18sK6OxZNltDLBj07301PEBy09_lQrY-WTMrYbdvsQyFatwdVAc7t0qn9r0Q/s1600/Blog+Not%25C3%25ADcias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeC2xalCtZeGqiAVJkHNRWKOUhIS8TsfUFccu0-iyGBzX85LxyPICYYQi8ZJiTmgbQvfNlwtvJVW-PCT18sK6OxZNltDLBj07301PEBy09_lQrY-WTMrYbdvsQyFatwdVAc7t0qn9r0Q/s320/Blog+Not%25C3%25ADcias.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Qual é a nossa prioridade em discussões internéticas, afinal?</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Enquanto isso, na internet, os revolucionários
ficam sentados imaginando como seria um mundo melhor, reclamando dos
cachorrinhos espancados, dos hospitais sem condição, do “Mulheres Ricas”, e dos
etecéteras, marcando a si mesmo em fotinhos de facebook com os dizeres “Esta
pessoa bla bla bla...”. De minha parte tento ser consciente de que eu não posso
obrigar as pessoas a ler, ou a ir ao cinema ou ao teatro. Elas provavelmente
adorariam quando fossem, mas eu não tenho o direito de empurrá-las para sua
primeira experiência. Como diz um amigo de Brasília sobre nossa insistência com
bicicletas e com transporte público de qualidade, nosso nível de exigência é
alto porque já tivemos a possibilidade de confirmar que o sistema pode
funcionar, e já o vimos em funcionamento em outras ocasiões. Difícil é
convencer quem ainda não viu e ainda está preso à sua primeira visão sobre o
assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Enquanto isso, fico sentado na frente do
computador em dia de sancionamento de lei polêmica, pensando sobre o mundo e
fazendo o que me dá a sensação de que estou agindo, sabendo que não adianta nada
e que pouquíssimos chegaram a ler até aqui este texto longuíssimo. Acho que vou
fazer uma imagem de facebook dizendo algo do tipo: “Esta pessoa tinha ímpetos
revolucionários”. Ou, em clima de Shortbus (filme fantástico, vale a pena ver),
acabar este texto com uma bela citação: “Antigamente eu queria mudar o mundo,
agora eu só quero deixar este lugar com um mínimo de dignidade”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Em tempo: Televisão, Retrospectiva 2011, Record
ou Globo. Quem assistiu? Alguém viu a retrospectiva sobre o atropelamento em
massa, ocorrido em Porto Alegre...? Pois é, eu também não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
--<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A propósito: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Lucas Napoli faz uma análise sobre movimentos
de massa que mudam sistemas, seja na política ou no futebol. (Leia <a href="http://lucasnapoli.wordpress.com/2011/03/10/o-mito-do-brasileiro-apolitico-final/">aqui</a>)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">João Baldi Jr. analisa tudo o que a gente não
deveria discutir. </span><span lang="PT-BR">(Leia <a href="http://papodehomem.com.br/futebol-religiao-politica-e-outros-assuntos-que-a-gente-nao-discute-mas-deveria/">aqui</a>)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A época do bom senso já passou. (Literatortura é um ótimo nome, não?). </span><span lang="PT-BR">(Leia <a href="http://literatortura.wordpress.com/2012/01/02/a-epoca-do-bom-senso-ja-passou/">aqui</a>)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Câmara reembolsa 135 milhões aos
deputados. <span lang="PT-BR">(Leia <a href="http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/01/16/camara-reembolsou-r-135-milhoes-aos-deputados-em-2011.htm">aqui</a>)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<a href="http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=2104"></a><span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span><br />
.<br />
<a href="http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=2104"></a><span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-29082411625418265822011-12-19T13:45:00.001-02:002011-12-19T23:24:51.062-02:00Breves reflexões de um menino de onze anos<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Hoje, 17 anos depois, o dia 19 de dezembro cai
novamente em uma segunda-feira. Dessa vez não chove. O dia está lindo, o sol
radiante. Naquele dia choveu. Desabou o mundo sobre a cidadezinha trazendo
consigo a notícia da tragédia. O menino de onze anos descobria que, na vida,
muitas vezes o crescimento traz consigo a dor. Descobria que não seria sempre
que teria por perto algumas pessoas com as quais estava acostumado. Descobria o
mundo através de outro ponto de vista. Dezessete anos depois o sol brilha, o
menino de onze anos olha para trás e tenta enxergar o que significava esse
outro ponto de vista. A chuva já passou por aqui e eu mesmo que cuidei de
secar. Se já secou mesmo, não se sabe. Talvez não, talvez nunca. A dor traz
consigo o crescimento, impossível prever como seria se.</span><br />
<br />
<span lang="PT-BR">Abre o sinal, o ônibus arranca, a vida avança.</span><br />
<span lang="PT-BR"> </span><span lang="PT-BR"> </span><br />
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGsF-xTZZGclLtF9A-78XmJMbnR-mYJlEpgfegDGVnoM53BNjDvF-jjA2vUVdMZ5sCbJc7iWU9hqBnedc0-WpCh0-eVyR3zfbd1Y6Z8ZBNYCZ5k1cmQ8v2nVO7qz7oZ2FbOQmF_A5DJA/s1600/Chuva+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGsF-xTZZGclLtF9A-78XmJMbnR-mYJlEpgfegDGVnoM53BNjDvF-jjA2vUVdMZ5sCbJc7iWU9hqBnedc0-WpCh0-eVyR3zfbd1Y6Z8ZBNYCZ5k1cmQ8v2nVO7qz7oZ2FbOQmF_A5DJA/s320/Chuva+2.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span id="goog_1099580468"></span><span id="goog_1099580469"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
it's hard to hold a candle in the
cold december rain.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-44425615033982858582011-12-19T12:25:00.000-02:002011-12-21T13:46:47.529-02:00Stanislavskyanamente falando...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seguidamente algumas pessoas me perguntam o que
acho de Stanislavsky e suas técnicas de “teatro psicológico” e que fazem as
pessoas “sofrerem enquanto atuam”. A essas perguntas somam-se uma expectativa
de que talvez eu vá falar mal do russo, porque prefiro trabalhar com um “teatro
físico” (notem que tudo o que define grosseiramente alguma coisa está entre
aspas, hein...?).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pois bem, minha resposta sempre vai pelo mesmo
caminho: Imaginem uma transição de século XIX / XX, onde o tipo de atuação em
vigor era declamatório, sem muitas construções de personagem, onde ninguém
pensava muito nisso, e apenas contar os versos de um poema e saber dizê-lo de
acordo com os parâmetros da época era o suficiente para termos uma definição de
“bom ator”. Imaginem que nesse contexto alguém que comece a pensar em trabalho
de ator, comece seu trabalho a partir do zero, sem ter muito onde apoiar-se.
Seria muito normal que essa pessoa se apoiasse em outras áreas, como a das
novas descobertas sobre o inconsciente, para embasar seus experimentos. Digamos
que alguém devesse abrir essa porta, mesmo que alguns pontos do seu estudo
fossem negados depois – por <i>ele próprio</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 185.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Aí está o valor das teorias de Stanislavsky: o
pioneirismo e a posterior coragem de voltar atrás e dizer que algo estava
errado. Mas convenhamos que, se não fosse esse erro inicial, não haveria novas
e importantes conclusões a respeito do trabalho do ator. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Existe uma grande – e desnecessária – tendência
a negar Stanislavsky, como se ele fosse um monstro da psicologia que invade o
palco do ator postcontemporâneo. Em um rápido tour por alguma escola/
faculdade/ conservatório/ casting podemos facilmente captar trechos de
conversas protagonizados por atores em formação que já repetem milhares de
“frases feitas” contra o russo. Ou seja, existe toda uma geração de
profissionais em formação que antes de conhecer o assunto, já começa a
descredenciá-lo. E isso – sempre termino minha resposta com essa brilhante
conclusão – não é legal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">- “Mas eu achava que você gostasse mais de
teatro físico, de Mímica Corporal, Decroux e Grotowsky... como é que pode você
defender Stanislavsky?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">- “Ué, mas não dizem que provavelmente se
Stanislavsky estivesse vivo hoje, provavelmente estaria na linha de Grotowsky?
E a expressão ‘ação física’, cunhada pelo russo, o que significa exatamente,
eh?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Essa questão voltou à minha mente em razão de
algumas conversas que tivemos nos ensaios de <a href="http://kassandrafilme.blogspot.com/">Kassandra</a>. Na mesma semana, me deparei com um livro de Anne Bogart, chamado “A
preparação do diretor”, onde em determinado momento ela explica a origem do
equivoco a propósito de Stanislavsky no teatro norte-americano. Achei digno
transcrever o trecho inteiro, sempre é interessante revisarmos na nossa história
a origem de alguns mal-entendidos para compreendermo-nos hoje. E se for a Anne
Bogart que nos explica... bom, aí – vou terminar minha parte do texto com essa
brilhante conclusão – é legal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Com vocês, mistress Bogart:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR">O final dos anos 1920 trouxe a Depressão.
O <i>vaudeville</i>, a jóia da coroa do
entretenimento popular norte-americano, morreu quando os filmes falados
substituíram a arte dos filmes mudos. A absorção do talento pelo cinema começou
a diluir o vigor do palco. Um novo método para atores, baseado nas antigas
teorias do russo Konstantin Stanislavsky, veio a dominar nossa abordagem da
representação pelo resto desse século.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> Stanislavsky
e sua companhia, o Teatro de Arte de Moscou, apresentaram peças de Tchekov e
Gorky nos Estados Unidos, durante os anos de 1923 e 1924. Quando chegaram aos
Estados Unidos, essas produções já tinham quase vinte anos e apenas refletiam
as primeiríssimas experiências de Stanislavsky com a “memória emotiva” e a
“concentração interna”. Mas para as sensibilidades norte-americanas, essa
revolucionária abordagem da representação teve um tremendo impacto sobre os
jovens do teatro, entre eles Lee Strasberg, Stella Adler, Robert Lewis, Harold
Clurmn e muitos outros, que nunca tinham visto nada igual àquela extraordinária
companhia de atores da Rússia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> Bastante
influenciado pelas teorias pavlovianas dos reflexos condicionados e por certas
descobertas da atraente e nova fronteira do inconsciente, Stanislavsky havia
desenvolvido métodos para o treinamento do ator que resultaram em um sedutor
realismo psicológico e um notável conjunto de representações capaz de retratar
o comportamento humano ultrarrealisticamente. Quando Stanislavsky deixou os
Estados Unidos, os professores de interpretação ligados à pesquisa inicial de
Stanislavsky, inclusive Richard Boleslavsky e Maria Ouspenskaya, que
permaneceram em Nova York, foram assediados para ensinar esse método a
entusiasmados e ávidos jovens norte-americanos. Lee Strasberg, que havia sido
fortemente influenciado pelas idéias recentes e modernas de Sigmund Freud, uniu
seu conhecimento de Stanislavsky com a paixão por Freud e chegou a uma
abordagem poderosa da emoção e do inconsciente, usando o que hoje conhecemos
como memória afetiva, evocação emocional e memória sensorial. Essa abordagem da
atuação se transformou na Bíblica do Group Theater, do Actors Studio, da
Neighborhood Playhouse e de muitas
ramificações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> Os
norte-americanos abraçaram os experimentos russos apaixonada e equivocadamente,
enfatizando de forma exagerada os estados emocionais personalizados. O sistema
Stanislavsky, então diluído um “método”,
mostrou-se eficaz no cinema e na televisão, mas no teatro produziu um
desastroso sufocamento da entrega emocional. Acredito que a grande tragédia do
palco norte-americano é o ator que, devido a um entendimento grosseiro de
Stanislavsky, supões que “se eu sinto, o público sentirá”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"> As
técnicas originadas da visita do Teatro de Arte de Moscou aos Estados Unidos
constituíam, de fato, um pequeno aspecto da vida inteira que Stanislavsky dedicou
ao teatro. Ele logo abandonou seus primeiros experimentos com memória afetiva e
partiu para um trabalho pioneiro em ópera e orientou experimentos em ação
física e em algo que chamou de unidade psicofísica da experiência. No fim da
vida, rejeitou suas técnicas psicológicas iniciais, chamando-as de
“equivocadas”. Mas era tarde demais. Os norte-americanos já haviam se apegado a
um aspecto extremamente limitado de seu “sistema”, transformando-o em uma
religião. A americanização ou miniaturização do sistema Stanislavsky tornou-se
o ar que respiramos e, assim como o ar que respiramos, raramente temos
consciência da sua onipresença.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="PT-BR">BOGART, Anne. <i>A preparação do diretor: sete ensaios sobre arte e teatro.</i> WMF
Martins Fontes, São Paulo, 2011, pp. 43-45.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-44667618221342006862011-07-19T00:45:00.000-03:002011-07-19T00:54:27.034-03:00Les éphémères<img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 204px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2owHS-90VudatnGarkSi72b7sleEck2KiQiivNMp8TMkWZgVwile8ZkKZCurBnPJzMlzu0OkERPV_O3U8TbvNlIDXmiC88asHUYaPPnol837VsSf0g_SEzGqVfFYiqbZx0QBRHTkkPA/s400/les_ephemeres.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5630906467556869058" /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Em uma manhã de janeiro – em uma quente manhã de janeiro – ele despertou e tateou ao seu lado o corpo adormecido. Ela, cada vez mais linda, virou para o lado e nem percebeu que ele despertava. Ele, com toda a delicadeza que há muito não usava para sair da cama, saiu, para não acordá-la – como há muito não fazia. Sempre tentava não despertá-la. Ela, sempre com o sono muito leve, nunca deixava que ele não a despertasse. Pé por pé ele saía pela porta e antes que ela fechasse completamente, escutava uma vozinha bem pequenina lá no fundo do quarto escuro: <i style="mso-bidi-font-style: normal">Cadê meu beijo...?</i> E ria, e voltava correndo para a cama, se jogava sobre ela e era uma vontade enorme de apertá-la até explodir. E assim os inícios de manhãs passavam, felizes. Naquele dia foi diferente: ele conseguiu sair sem despertá-la. Quando encostou a porta, quase não acreditou que tinha conseguido. Ficou feliz porque não gostava de despertá-la antes da hora quando ela tinha a manhã livre. Foi para a cozinha, acendeu o fogo e colocou a água para o mate. Estava organizando a louça, quando sentiu uma presença atrás de si: aí estava ela, pequenina, camisola azul celeste com detalhes de uma outra corzinha, mão direita coçando o olho tal uma criança que levanta antes da hora, e um sorriso que há muito ele não via. Ele pensa no quão é bom estar de volta e no quão é bom tê-la sempre por perto. Ela sorri, apenas. Ele sorri. Ela corre na sua direção e o abraça. Assim ficam, alguns minutos. Ele a sente tremer nos seus braços, beija seu pescoço, rosto e lágrimas. Suas lágrimas começam a se misturar, eles se abraçam como se há muito não o fizessem – e há muito não o faziam. <i style="mso-bidi-font-style:normal">Tudo bem?</i>, ele pergunta. <i style="mso-bidi-font-style:normal">Tudo</i>, ela responde, completando: <i style="mso-bidi-font-style:normal">Todos os dias eu me levanto, passo por aqui, e sempre estou sozinha... hoje, eu te vi... e foi como um sonho... uma lembrança boa... e aí me dei conta de que não era sonho, era real... você está aqui... é de verdade...</i> E ao escutar isso ele chora junto com ela. E se dá conta do amor que ela sente. E ela sabe nesse momento do tamanho do amor que ele sente. E ele promete que quando tudo isso acabar eles voltarão a ficar juntinhos, como haviam prometido, para sempre. E ela aceita. E sob o cheiro do mate que começa a ficar pronto em uma manhã quente de janeiro, os dois selam mais um dos tantos pactos que selaram. E o dia amanhece <st1:personname productid="em paz. E" st="on">em paz. E</st1:personname> eles, até hoje, estão aí, em uma cozinha, sob o sol matinal, agarradinhos como dois carrapatos que tremem as patas, felizes para sempre.</p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">.</p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-15073991578512572712011-07-14T09:50:00.000-03:002011-07-14T09:51:25.334-03:00De um sonho, ou de uma viagem...<p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Uma vidente que vê o futuro numa bola de cristal. Um homem que procura alguém <st1:personname productid="em B←rgamo. Mas" st="on">em Bérgamo. Mas</st1:personname> na hora de falar, ele se engana e diz <i style="mso-bidi-font-style:normal">“Fortaleza”</i>. A vidente olha para a bola de cristal e diz <i style="mso-bidi-font-style:normal">“tem certeza que não é em Bérgamo?”</i> Com a esperança acesa, ele responde <i style="mso-bidi-font-style:normal">“sim, sim, é Bérgamo, eu é que tinha me enganado. O que você está vendo?”</i> Resposta: <i style="mso-bidi-font-style: normal">“Nada”</i>.</p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-31764248828883882282011-07-09T14:26:00.000-03:002011-07-11T03:16:31.471-03:00Seus olhos e seus olhares<p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><i style="mso-bidi-font-style: normal"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">Meninas são tão mulheres</span></i><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">, o garoto acordou e pensou, logo ao se espreguiçar. Ainda não tinha processado muito bem os últimos acontecimentos. Tampouco tinha conseguido dormir aquela noite como sempre dormia após uma noite como aquela. O coração continuava disparado, mesmo após o despertar. A pupila continuava dilatada e os pensamentos continuavam correndo, desatados, sem que ele pudesse fazer qualquer coisa para impedi-los. Revia cada detalhe com uma precisão incrível, brincava de mover os fatos de lugar e de alterá-los conforme gostaria que as coisas tivessem se passado. Revia o olhar. E cada vez que o revia, sentia-se partido ao meio, de novo. E de novo. <i style="mso-bidi-font-style:normal">Me miras, me miras, y me sacas a bailar...</i> e que baile foi aquele. Uma dança proibida, intensa, rápida e inesperada. Tinha passado os últimos tempos tentando negar aquele olhar, mas quando se tenta negar o que é tão evidente, sempre se sai perdendo: mais cedo ou mais tarde ele volta. E quando volta, está potencializado de uma maneira incrível, que chega a derrubar. Gira na cama, sobre o braço. <i style="mso-bidi-font-style:normal">Impossível controlar os pensamentos</i>, já diria aquele cara que passara por uma situação limite. É que as situações limites <i style="mso-bidi-font-style:normal">jogam o homem no centro do perigo</i>, lá onde não existe mais medo. Lá onde ele se dá conta de que o que foi feito, foi feito. Sem volta. Mas o medo, como a gente conhece, esse medo que espanta, existia antes. Agora, ele atinge um outro patamar, atravessa a fronteira, dá de cara com o que tinha tanto imaginado e... gosta. Gosta disso. <i style="mso-bidi-font-style:normal">É um ritual de vida</i>. Sua adrenalina sobe e ele sente que a outra adrenalina também subiu. Sente seus truques e confusões se espalharem pelos seus pêlos, boca e cabelo, peitos e poses e apelos. E lhe agarram pelas pernas (apenas para completar o verso da música). É aí que o telefone grita que chegou uma mensagem e ele pula mais rápido do que o som do próprio telefone para dar-se conta que não era o que esperava. E solta um suspiro lento e preocupado, dando-se conta de que não deveria estar pensando tanto nisso. Mas o coração não acompanha a lentidão do suspiro, <i style="mso-bidi-font-style:normal">c’est tout à fait le contraire</i>: ele é a própria tauba de tiro ao álvaro frechada pelos olhares de bala de carabina. Joga-se na cama <i style="mso-bidi-font-style:normal">encore une fois</i> (“caramba, estou controlando muito mal meu cérebro”). Um carinho, um cafuné e um te ver e não te querer é improvável é impossível e um puta-merda-pára-de-pensar-nisso. Percebe que no fim, está no fim. Tudo sempre tem data para acabar... não poderá ficar nem mais um minuto com você, sinto muito mas não pode ser, o tempo é curto, a vida passa correndo ante nossos olhos e impossível é agarrá-la pela cola. Sempre ela, a vida. Rápida e intensa, <i style="mso-bidi-font-style:normal">como la vida.</i> Porque logo nessa época? Sabe, que, no fundo, <i style="mso-bidi-font-style:normal">amores imperfeitos são as flores da estação</i>.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR"><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">...e se a vida é feita de momentos, porque não aproveitá-los...?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR"><o:p> </o:p></span></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-28514329924151080382011-06-14T13:04:00.001-03:002011-06-14T13:32:46.921-03:00Não!<div style="text-align: center;"><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj40D19tKk4kOxh4xmNYlbPBQ18tuf14B5_6-_Ly4QKpi09ZkNFUZ-H_U5bzXB0TJFy4R5t8mYLfH0Iegqi0UOqhGrfvPNJSNRqVUhkdrlN5Ii4gj9IH5aLquGjCN2ODSk530qi-3s_dA/s1600/BANNER+CINEMA+JPEG+OTIMIZADA.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="text-align: center;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 293px; height: 400px; " src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj40D19tKk4kOxh4xmNYlbPBQ18tuf14B5_6-_Ly4QKpi09ZkNFUZ-H_U5bzXB0TJFy4R5t8mYLfH0Iegqi0UOqhGrfvPNJSNRqVUhkdrlN5Ii4gj9IH5aLquGjCN2ODSk530qi-3s_dA/s400/BANNER+CINEMA+JPEG+OTIMIZADA.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5618107553466893586" /></a><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="http://odiadonao.blogspot.com/">www.ODiaDoNao.blogspot.com</a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">.</div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-14994571529838586972011-04-28T00:29:00.001-03:002011-04-28T00:35:38.493-03:00Elle m’a laissé son coeur<p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">Tomate em promoção... olha só... também, tudo verde... assim é fácil fazer promoção... Que cheiro bom... perfume e banho... adoro quand... uau, que linda. Ta, não olha direto, não olha direto... finge que não viu, finge que não viu... la la la la la... Quanto está a manga? Que bonitinha, essa... bem pequenina... que engraçado... manga tem formato de coração. Um coração bem vermelhinho com pequenas ocorrências verdes. Quase dá pra imaginar a pequena manga se encolhendo e se expandindo... tum, tum... tum, t</span><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">um... ela está me olhando... ah, ta... só o que me faltava...</span> certo que é imaginação minha... bóra pegar o arroz antes que fique tarde para chegar <st1:personname productid="em casa. Bom" st="on">em casa. Bom</st1:personname>, não custa nada dar uma espiada, né? hehehe... olha ela com a mesma manga que eu tinha visto... será que ela consegue enxergar o coração? </p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3dYvB92tl-B2gQkPXSWjcbnPpfQWLlxNFKJg8atmjqLQvek1tDnV0-vnnAVs4xSwnDOtmGiWvtwOVJScUeWIdeVJojKBNSbi3zo4wDLCZz0lNbMbnYPbrPetHu6kErbBHNz7znflsQ/s200/Manga.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5600472379887086450" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 150px; height: 200px; " /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Hum... foi impressão minha ou quando tirei os olhos de lá ela tinha subido os seus na minha direção...? Há! Canto de olho... canto de olho... hum... ela pegou a manga... ta bem, pelo menos aquela manguinha pequenina terá uma companhia bem cheirosa nos próximos dias, ou horas... Cá estamos, senhor arroz... a ver... adoro escolher pelo número... quem dá menos...? Quem dá menos...? Aqui: adoro quando o primeiro dígito é um um. Conferindo... um, dois, três, pam, pam, pam... oito... ta bem, posso passar <span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">no caixa rápido. Acho que vou levar um chocol... olha ali quem vai passando pela porta... ah, não! </span><span lang="ES" style="mso-ansi-language: ES">Agora ela olhou, tenho certeza! Rápido, moço... </span><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">“não, não precisa de sacola, obrigado”. Uff… esqueci meu troco. “Obrigado, moço, tinha esquecido”. “Para você também, até mais”. Para que lado será que ela foi...? Esquerda... direita... praça ou parada de onib... lá. Lá na parada! Espero que o dela não seja este que está passando. </span><span lang="ES" style="mso-ansi-language:ES">Cheguei. Cadê? </span><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language:PT-BR">Ah, não… Por que você tinha que pegar logo o primeiro que passou…? Oi?? Que será que ela quer dizer com este sinal? “No banco?” Putz… o ônibus foi e eu nem vi qual era o destino marcado nele… por que será que ela apontou o banco da parada? Isso aqui embaixo parece uma... manga?! E esse papelzinho...? <i style="mso-bidi-font-style:normal">“A mi también me parece un corazón... lo compré, es mío. Y te lo dejo a ti.”</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><i><br /></i></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-56235498379397081152011-04-23T19:33:00.000-03:002011-04-23T20:27:36.130-03:00Sobre cartas y vuelos...<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span lang="PT-BR">Em pleno processo de descoberta de Antoine de Saint-Exupéry, o aviador-escritor que foi um dos pioneiros do Correio aéreo mundial, co-fundador do primeiro aeroporto internacional do sul do Brasil, fomos incentivados por nossa peque</span>na grande diretora a escrever um pouco sobre cartas e correios. Segue aí, depois da cartinha par avion.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_8QJZ7vJAeqtrVMsVRY_FOiw9WM17c-x1D5O-M305O76Z7FixT2U4FNOtcos6R_xLyqCJa_ekvhVcFHOt7fGa9RLUkwEl3_VQRf4bEMrOya-Hfl5zL7UoWU8mRaqIGM8IlHirsLBOIA/s320/Principito+carta.jpg" style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 171px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5598911431843223682" /> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span">Talvez, em pleno ano de 2011, o ato de escrever uma carta seja algo nostálgico, especial como é próprio do ato de parar para pensar de verdade em alguém a ponto de tentar colocar algo que é seu em um papel que viajará grandes (ou pequenas) distâncias para chegar até esta pessoa. A escrita é algo artesanal, um ato de amor, quiçá, de alguém que se dedica a um papel que será tocado pelas mãos do destinatário. Existem histórias de pessoas que antigamente colocavam seu perfume no papel. Outras beijavam o papel e deixavam suas marcas de batom nele. O destinatário receberia aquelas palavras e poderia sentir o beijo que foi enviado. Ele tem em suas mãos um beijo. Não é uma imagem bonita? Sabe aquela sensação de ver a Xuxa sentada em um monte de cartas jogando-as para cima e pegando uma delas – apenas uma, para desespero das outras? Imagina a felicidade de uma criança que tinha feito aquela carta com muito carinho e que agora vê sua “ídola” tocá-la? Engraçado que eu nunca escrevi para a Xuxa, sempre me pareceu uma coisa meio boba, mas ficava imaginando a felicidade de ter sua carta tocada por ela, mesmo que não tenha sido sorteada. Só tocada pela sua ídola.<span> </span>Não é o máximo que algo seu, que passou pela sua mão, que tem seu cheiro, seja tocado por alguém que você admira? Não é à toa que guardamos ainda hoje, na época da informação rápida e direta, a nostalgia e o romantismo da idéia de uma carta de amor. Afinal, escrever uma carta é, sob certo ponto de vista, um ato de amor. Com minha primeira namorada, tínhamos uma prática de escrever-nos cartas, mas com um diferencial: nunca passávamos a limpo. A idéia era deixar fluir para o papel coisas que estivessem na nossa cabeça no instante em que estávamos escrevendo, sem nos preocuparmos com erros gráficos, com letras imperfeitas ou algo do gênero. Assim estaríamos conectados de verdade – quem recebesse a carta – com aquele momento em que o outro escreveu. Não é uma imagem bonita? E como nada é em vão e tudo deixa marcas – principalmente as “primeiras namoradas”, ainda hoje levo comigo o ato de escrever em fluxo, sem parar muito para pensar, organizar ou medir palavras simplesmente porque este é o fluxo do meu pensamento no momento da escrita. Claro, com exceção de artigos, dissertações e cartas oficiais e técnicas ao governo de algum Estado – estas sim muito bem pensadas. Mas blog, cartas e bilhetinhos escondidos do professor no meio da aula não. Me pergunto hoje se ela sabe dessa importância toda – tudo o que veio do fato de um dia ter existido uma namorada que não passava a limpo. Não é uma imagem bonita?</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span">Baobás, em breve.</span></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-51887567822309481782011-02-13T16:15:00.000-02:002011-04-26T10:41:10.286-03:00What melody will lead my lover from his bed?<div style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Ao longo de todo o segundo semestre do ano passado, esse mesmo semestre onde eu estive afastado desse blog, e muitas vezes afastado de </span>mim mesmo, e muitas vezes afastado das pessoas que gosto, e muitas vezes perdido, e muitas vezes sem conseguir me comunicar ou escrever a quem gosto, e muitas vezes com meu quarto bagunçado – o que reflete muitas vezes o meu estado de espírito –, algumas pessoas foram especialmente importantes no processo de resgate, recuperação e adaptação ao novo ambiente, outrora tão conhecido.<span style="" lang="PT-BR"><br /><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br />É assim mesmo, a vida essa. Às vezes a gente ajuda. Às vezes a gente é ajudado. Um dos meus principais anjos no ano que passou viu isso de perto. </span><span style="" lang="EN-GB">A vi c</span><span style="" lang="EN-GB">hegando e dizendo <i style="">smile though your heart is aching</i> e me disse que if I smile, maybe tomorrow eu descobriria that life is still worthwhile. </span><span style="" lang="PT-BR">Aí ela me mostrou como eu poderia ser livre e feliz depois de um momento difícil, e me lembrou como tocar violão e me re-ensinou a cantar e fez dupla comigo e se empenhou em falar em inglês para que nós dois tivéssemos mais vocabulário e me mostrou na prática, no dia-a-dia, o que significa ser <i style="">amigo</i>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 238);"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo5EyJsn_qMjlQSObimGwZib7seqRoSlGhOeazVATxcC_NeILwckYox_81HZsZUM2ftRaIfkV3DxHk4foTkQ7hfe1xenmMV5_Quuz6Tee_jyPxPMUOVp6l7vtttPlQNwYSli_IBsMERw/s320/DSC03628.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573247467946157650" style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" border="0" /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Pensávamos em preparar uma janta, um prato especi</span>al, esperando-a voltar de férias, quando ficamos sabendo que ela não viria, e que não poderíamos mais prever quando a veríamos. O que se seguiu foi absurdamente lindo em sua tragicidade: amigos. Só isso. Manifestações de amizade. Quando o mundo inteiro conspira em favor de alguém e envia muita energia positiva e o empurra em direção à recuperação. Emails, cartinhas e gatos lambedores de sovaco.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Hoje a recuperação avança super bem e logo a teremos borboleteando por perto novamente. Existe aquela máxima que diz que a gente não pode esperar para falar para as pessoas o quanto elas são importantes para nós. Bem, as pessoas que são importantes sabem de certa maneira que o são. Mas esse breve texto em um blog quase abandonado serve justamente como uma pequena declaração pública de amor e de amizade a alguém o qual desejo que esteja sempre próximo.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">keep walking, borboleta.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"></span>.</p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-23278529138917965642011-01-12T23:02:00.000-02:002011-01-12T23:05:00.376-02:00Uma viagem no ônibus<div style="text-align: justify;">Ontem, no ônibus ainda, aconteceu algo inusitado: um bichinho subiu na minha mão. Era uma joaninha ou algo parecido. Meu primeiro impulso ao sentir seu toque foi dar um cascudo e jogá-lo longe, mas freei a ação segundos antes de fazê-lo e temi pelo destino do bichinho: estávamos em um veículo com ar condicionado completamente fechado, o que significava que eu não tinha condições de jogá-lo pela janela aliviando minha consciência por tê-lo devolvido à natureza, ainda que sabendo que ele estaria no asfalto sujeito a qualquer pneu desavisado. Ademais, se desse o cascudo, ele iria ao chão e não sairia daquele ambiente, podendo ser simplesmente pisado por alguém. Resolvi, então, mantê-lo caminhando entre meus dedos (o que não é fácil porque esse tipo de inseto nunca pára e é sua mão que precisa movimentar-se para que ele continue, enfim, caminhando em círculos sem saber) até o ponto de descer e deixá-lo em uma árvore. Isso passou a ser meu objetivo naquele instante, e a mulher que se sentou ao meu lado algumas paradas depois deve ter estranhado muito minha relação com meu novo amigo. Era uma ação meio autista: um cara sentado mexendo a mão enquanto um inseto caminha por ela. Mas isso não importava naquele momento, o que importava era o objetivo maior: deixá-lo a salvo em uma árvore quando descesse do ônibus. E foi o que fiz, por mais difícil que fosse levantar com o ônibus em movimento e segurar-se no pega-mão sem esmagar o bichinho que estava perto da minha palma – tudo isso ajeitando minha mochila e pedindo licença à moça aquela que estava do meu lado. Desci, coloquei-o na árvore. Missão cumprida. Então, enquanto ia para casa, começou a viagem: e se depois de tanto cuidado, ainda sentado no meu lugar no ônibus, eu perdesse o bichinho de vista? Sei lá, se ele entrasse pela manga da minha camiseta, como eu o tiraria de lá sem esmagá-lo? Ou pior, será que eu não teria um desses sobressaltos assustados que fazem espanar o local por onde o inseto acabou de entrar? Isso seria o seu fim, certamente. Ou ainda: Se na hora que eu tivesse levantado, o ônibus tivesse dado uma freada brusca, me obrigando a segurar repentinamente no pega-mão, esmagando o bichinho que, aí sim, estaria no centro da minha palma? Imagina a minha reação... imagina a reação daquelas pessoas que tinham acabado de presenciar uma inesperada interação entre homem e inseto. Quem ia começar a rir do homem, pelo seu trabalho mal-sucedido e sua estupidez? Quem deles iria sentir pena do bichinho que estava a um passo da sua liberdade? Qual homem, qual mulher iria compreender a seriedade do momento onde uma tentativa de resgate foi mal sucedida e a vítima havia se perdido para sempre...?</div>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-86809907079605255452011-01-02T15:45:00.000-02:002011-01-02T20:32:54.074-02:00What is a happy new year?<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Chegou o tão comentado ano de 2011. Temos mais um ano de vida na Terra antes que o mundo acabe, segundo algumas correntes aí. Se você está lendo isso é porque conseguiu atravessar o ano passado inteiro. Não digo que o tenha feito ileso, claro que muitas marcas o ano que passou deve ter deixado em você, assim como deixou em mim, no seu colega de academia (nas várias acepções da palavra) e no vizinho do andar de cima. Você de repente foi atropelado, ou empurrado, ou acabou algum namoro, o foi operado, ou teve febre, ou foi traído por algum amigo que roubou dinheiro da sua bilheteria, mas sobretudo você atravessou isso. Você está em 2011. Você consegue ler este texto agora. Você deveria se orgulhar disso.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">O ano está começando e com ele a gente recebe muitas palavras de incentivo que nos impulsionam a vivê-lo diferentemente do ano que passou. O mundo nos deseja muito dinheiro no bolso (há quanto tempo a gente ouve isso, mesmo?), como nos desejou na entrada de 2010 e como nos desejará o ano que vem. “Muita paz” ouvimos pelas ruas. Muita paz? Como assim? – perguntaria este sem ene que vos fala – <i style="">defaine</i> “paz”, <i style="">s’il vous plaît</i>. Paz é uma palavra que deixa muita coisa em aberto: é da paz no mundo que estamos falando? A paz na vida? A paz que se transforma em marasmo quando finalmente chegamos nela? O mundo, o ano, a década – a vida, enfim – são feitos de desafios, e se não for assim caímos no marasmo esse. E esse conceito não combina com a paz desejada no final do ano. Talvez seria melhor nomear esse desejo de “paz nas ruas”, “paz no trânsito”, “paz no morro-de-fulano”, mas não “paz na vida”. A vida deve mover-se. Se não, não combina com a palavra <i style="">vida</i>.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Agora, viver em movimento é indolor? Não, não é. É nos momentos de desafio e dor que o ser humano cresce. Dói até assumir isso, mas é verdade. Pare um momento, olhe para trás, e você verá o quanto cresceu e o quanto aprendeu nos momentos ruins. Mas me nego – e todos deveriam negar-se – a aceitar esse momento ruim como permanente. Ele só é válido se for transitório.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Ok, finish momento auto-ajuda.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">A tevê faz toda uma reportagem para dizer que o ano novo não tem nenhum valor aparente nos movimentos místicos que se conhece. Não é um transito especial dos planetas, não é simbólico no catolicismo – religião predominante no Brasil. (aliás, me ensinaram na catequese que quando Jesus nasceu, Maria começou a contar os dias, por isso se diz “antes” e “depois” de Cristo. Minha pergunta sempre foi: por que o ano começa, então, uma semana depois do nascimento dele? Seria uma margem de erro que deu Maria, caso não tenha conseguido contar dia por dia? Isso é normal, né? Essas tarefas diárias são fáceis de esquecer: anotar gastos diários, tomar pílulas, tomar antibióticos... imagina contar a idade do seu filho em uma época onde não existem calendários impressos com imagens de garotas nuas para dinamizar os dias... Então nada mais justo que ela tenha dado uma semana para contrapor os dias que esqueceu de contabilizar. Essa explicação quase me satisfaz.) E no entanto, existe todo um movimento mental que nos faz pensar coisas boas para que quando o relógio bata a meia-noite e os fogos estourem no céu, a vida mude. Assim, como quando se diz tirrim, tirrion: Coisas boas, Tirrín!! Coisas ruins, Tirrión!!</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Não seria bom se conseguíssemos mentalizar isso nos outros dias do ano também? Acordar com o pé esquerdo, maldizer a vida e o mundo e de repente parar e pensar: “hey, não foi isso que combinei comigo mesmo no Réveillon! Coisas boas, Tirrín!”</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">E aí sim o mundo seria belo e bonito, as pessoas correriam pela relva tal qual um filme campesino onde as crianças tomam banho de riacho, onde os amores são eternos e onde todas as promessas de amor são cumpridas. Onde não existiria conflito armado nem medo de voltar para casa depois das onze da noite. Nem medo de voltar para casa de surpresa e não ser recebido. Onde você diria o que pensa sem medo que as outras pessoas se ofendam. As preocupações do mundo se resumiriam a resolver problemas de escoamento urbano para que não existam enchentes, salvar mineiros quando alguma coisa saia errado, ou simplesmente encontrar alguém para ficar junto e trocar um beijo ou dois. Ou seja, coisas que não fossem provocadas por nós, os humanos, de uma maneira proposital, maldosa.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Encontrar público para assistir à sua peça já não seria problema, pois as pessoas buscariam seu enriquecimento pessoal por conta própria, sem sentir-se empurradas a fazê-lo. Acidentes no trânsito já não existiriam, pois as pessoas respeitariam – não as regras de trânsito, mas a si mesmas, o que é bem mais complicado. Problemas políticos seriam diminuídos, pois os donos do país pensariam de verdade no seu povo. Ninguém aumentaria seu salário em 73% enquanto sorri diante da desigualdade de um país de dimensões continentais.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">E assim a gente teria paz. Não na nossa vida, note bem. Afinal, namoros acabam, trabalhos têm de ser escritos, prazos têm que ser respeitados, correrias devem ser feitas, definições dos novos rumos das <i style="">coisas-pós-contemporâneas</i> têm que ser realizadas, muitas vezes com muitas discussões e debates. Mas a paz estaria lá, no seu lugar, guardada principalmente no respeito que as pessoas trariam junto consigo de fábrica.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">E a vida continuaria movendo-se.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="" lang="PT-BR">always.</span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">.<br /><i style=""><span style="" lang="PT-BR"></span></i><span style="" lang="PT-BR"></span></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5943084950859478030.post-54854435631484805112010-12-30T11:15:00.000-02:002011-01-02T15:44:46.438-02:00It's been a long time, long time now since I've seen you smile<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">“Temos o hábito de esperar durante muito tempo os encontros. De Paris a Santiago do Chile, esses companheiros de linha estão espalhados pelo mundo, um pouco isolados, como sentinelas que quae não se falam. Só o acaso das viagens reúne aqui e ali os membros dispersos da grande família profissional. Em volta de uma mesa, uma noite, em Casablanca, em Dacar, em Buenos Aires, retomam-se, depois de anos de silêncio, conversas interrompidas e reatam-se velhas lembranças. Depois, é partir novamente. A terra, assim, é ao mesmo tempo deserta e rica. Rica desses jardins secretos, escondidos, difíceis de atingir, mas aos quais o ofício nos conduz sempre, um dia ou outro. A vida nos separa talvez dos companheiros, e nos impede de pensar muito nisso. Eles estão em algum lugar, não se sabe bem onde, silenciosos e esquecidos, mas tão fiéis! Sim, nós temos o hábito de esperar.”</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><br /></span></p> <div style="text-align: right;"> </div><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i style=""><span style="" lang="PT-BR">Terra dos Homens</span></i><span style="" lang="PT-BR">, Antoine de Saint-Exupéry.</span></p>Maico Silveirahttp://www.blogger.com/profile/08275882652141024467noreply@blogger.com0