“Temos o hábito de esperar durante muito tempo os encontros. De Paris a Santiago do Chile, esses companheiros de linha estão espalhados pelo mundo, um pouco isolados, como sentinelas que quae não se falam. Só o acaso das viagens reúne aqui e ali os membros dispersos da grande família profissional. Em volta de uma mesa, uma noite, em Casablanca, em Dacar, em Buenos Aires, retomam-se, depois de anos de silêncio, conversas interrompidas e reatam-se velhas lembranças. Depois, é partir novamente. A terra, assim, é ao mesmo tempo deserta e rica. Rica desses jardins secretos, escondidos, difíceis de atingir, mas aos quais o ofício nos conduz sempre, um dia ou outro. A vida nos separa talvez dos companheiros, e nos impede de pensar muito nisso. Eles estão em algum lugar, não se sabe bem onde, silenciosos e esquecidos, mas tão fiéis! Sim, nós temos o hábito de esperar.”
Terra dos Homens, Antoine de Saint-Exupéry.
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