Se você já sentiu uma pancada não física, o corpo tremendo, a voz descontrolada, a respiração descompassada. Se você já teve a certeza de poder derrubar uma parede com um só golpe de mãos, de pés, de bunda, de joelho, de cabeça, de peito, de peito, de peito. Se você já sentiu que poderia chutar, gritar, cuspir, morder, chorar, espernear, atirar um violão na parede. Se você já quis gritar para acordar “não só a tua casa, mas a vizinhança inteira”. Se você chegou a não controlar o ritmo das batidas do seu coração. Se você precisou esticar as pernas enquanto estava sentado, sentindo o corpo inteiro tremer. Se você tentou respirar fundo e não conseguiu. Se você tentou usar a lógica e não conseguiu. Se você tentou levantar e não conseguiu. Se você tentou controlar os movimentos do seu braço e não conseguiu. Se você tentou controlar as lágrimas e não conseguiu. Se você tentou falar e a voz não saiu. Se você tem certeza de que ninguém além de você poderá compreender o que está acontecendo. Se você não está compreendendo o que está acontecendo. Se você se deu conta de que não tinha nada que pudesse ser feito. Se você se sente imóvel, amordaçado, impossibilitado. Se você sente. Então você sabe do que eu estou falando.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
"Não tem importância"
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3 comentários:
c'est la vie qu'elle te chante... qu'elle te chante d'une forme douloureuse. douloureusement belle.
Ei-nos ante a impossibilidade da palavra, a impossibilidade de exprimir o que - talvez - apenas uma troca de olhares cúmplices seria capaz de dizer o indizível.
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