terça-feira, 7 de setembro de 2010

Então, tá.

Queria ter uma história para contar. Mas teria que ser uma boa história, porque se fosse uma história mediana, ninguém ia querer ler. Ou talvez leriam e diriam que não está boa porque é uma história. Talvez dissessem que não sou “pós-contemporâneo” o suficiente. Mas algumas histórias são feitas para serem incompreensíveis e então eu não preciso tentar explicar muito. Isso é o bom do “pós-contemporaneísmo”. Então não vou contar nada. Apenas vou juntar algumas palavras soltas e colocar aqui.


Hum... talvez eu possa começar com o que vejo desde a minha janela, nesta tarde ensolarada de final de inverno gaúcho. Em Porto Alegre faz sol e... ah, não... muito local. Seria necessário buscar a universalidade. Mas o universal vem pelo local, não? Hum...


O vizinho de cima estendeu roupas brancas no varal. Tem uma blusa de cabeça para baixo acenando para mim. No momento que escrevo isso tento não deixar ela ver que estou falando dela.


No cenário à minha frente predomina os tons de cinza, do telhado ao lado e da parede ao longe. Mas uma coisa chama a atenção: um ponto vermelho, no alto desse telhado. É um receptor da antena parabólica vizinha.


Bem, não sei porque eu escrevi isso. Mas talvez alguém leia esse texto daqui a alguns anos e repense sua vida inteira baseado nessas palavras. Nunca se sabe.

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