Uma vez, há muito, muito tempo atrás, no
continente africano, viviam os elefantes. E eles eram livres. Podiam andar
por todos os lados e em toda parte. Não havia fronteiras, não havia barreiras,
não havia cercas de arame farpado. Os elefantes podiam andar de norte a sul e
de leste a oeste.
E eles eram muito felizes. Quando estavam sós,
caminhavam para encontrar amigos. Quando estavam com fome, caminhavam para
encontrar folhas para comer. E quando estavam com medo, caminhavam até
encontrar o conforto de suas mães.
Um dia, um dos elefantes mais jovem viu uma
árvore cheia de folhas mais suculentas que as demais. Com fome, ele virou as
costas para os outros para comer da deliciosa árvore. Em um instante, ele foi
separado de sua família.
Every year, every day,... I'm walking. Foto de Eric Nathan. |
Quando o pequeno elefante tinha acabado de comer, ele virou-se para juntar-se à sua família. Mas encontrou uma barreira enorme entre eles. Longa, alta e forte... Sua família de um lado e o jovem elefante de outro.
Ele encostou-se na barreira, empurrou-a fortemente, tentou cavar por debaixo dela. Mas não teve jeito.
A família de elefantes esperou e esperou... Eles esperaram para se reunir novamente. Esperando que tudo fosse como antes. Eles comeram tudo o que tinham à sua volta e começaram a ficar com fome. E sabiam que em breve teriam que partir.
Fragilmente, eles juntaram seus corpos formando uma cerca. E, então, muito devagar e com muita relutância, começaram a mover-se e se separaram.
Trecho do espetáculo
Every year, every day... I’m walking,
de Magnet Theatre
(África do Sul)
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