Hoje eu cambiei minha descrição do blog. Pode não parecer nada, mas foi um passo muito importante rumo à auto-afirmação. Não, acho que não. Acho que isso é só uma maneira de seguir meio que se enganando e meio que tentando buscar a auto-afirmação. Mas é uma tentativa. A mudança pode não parecer muito grande para quem passa despercebido pelo texto ou não tem saco para ler tudo (o que eu não critico, não sei se eu teria o tal do saco). O que importa, além das alterações geográficas de onde estou morando e de uma suave crítica embutida à Universidade de Sevilla, é que tirei o “quer ser ator” da frase inicial para um termo mais simples: “ator”. Simples, você perguntará? Não, “não é tão simples assim”, como já diria um colega sevilhano que não conseguia contar quantas ações usava para realizar uma ação cotidiana em uma classe de Mimo. Ser ator não é simples, ao contrário de que muita gente pense assim e “virem” atores da noite para o dia. E hoje, enquanto tentava atualizar meu currículo Lattes me dei conta que é trabalho para mais de um dia. E aí, me dei conta, outra vez, que estudo esse negócio há dez anos (sim, novembro de 1999, es la fecha). E aí, de novo, comecei a filosofar (ao vento, como sempre) sobre a vida e a quantidade de gente que tinha cruzado ao longo desse tempo todo, gente que me fizeram aprender pra car... amba sobre a vida nesta profissão e sobre como é necessário se desenvolver como pessoa para ter o direito de exercê-la. Reivindico o direito de ser ator. O direito adquirido pelo estudo e pela prática, estudantil, amadora e profissional. Reivindico o direito de ser respeitado pela minha profissão e por tudo o que a gente passa para manter um nível de arte decente, mesmo que as pessoas não venham nos ver no teatro. Reivindico o direito de continuar trabalhando, estudando e crescendo como pessoa, aprendendo com outros artistas e suas diferentes experiências que podem enriquecer o nosso trabalho. Reivindico o direito de me dizer ator, e o direito de pedir para meus colegas refletirem sobre a importância que a nossa profissão tem, e sobre a relevância e responsabilidade que esta afirmação carrega em si.
Para acabar, uma citação repetida:
“Josette Féral: Se um jovem ator viesse falar com você, quais conselhos você lhe daria?
Eugênio Barba: Eu diria que ninguém pediu para ele exercer essa profissão e que, para isso, é preciso uma justificativa que transcenda sua ambição e sua vaidade.”
2 comentários:
Querido Maico!
Agora ator, então! Eu já havia descoberto isso a muito tempo! Tenho certeza que a vida te reserva grandes e boas surpresas! Mesmo muito longe, o Sandro e Eu estamos sempre torcendo muito por ti.
Bjão
Cris Matté
Sim sim!
Também reivindico!
Guadalupe - Atriz.
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